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Rodrigo Mattos

Odebrecht vê acerto do Maracanã por dias. Mas terá de lidar com Fla

rodrigomattos

21/05/2015 15h14

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Após o governo praticamente selar a continuidade da concessão, a Odebrecht já espera fechar o novo contrato do Maracanã com o governo do Estado nos próximos dias. Há apenas uma diferença de valores, que não é grande, a ser acertada. A questão será lidar, depois, com o Flamengo que se opõe à manutenção do acordo.

A Concessionária liderada pela Odebrecht assumiu o estádio em 2013, mas pediu uma revisão do contrato com o veto de derrubar o Célio de Barros e o Parque Júlio Delamare. Sua intenção era reduzir o valor das obras previstas de R$ 594 milhões, já que sua possibilidade de lucro foi afetada.

Na quarta-feira, o secretário de governo, Leonardo Espíndola, disse que o governo aceitava diminuir o investimento para R$ 130 milhões, quase um quinto. A construtora propunha R$ 90 milhões (Parque Julio Delamare e Célio de Barros). Mas há uma tendência de topar termos propostos pelo governo estadual. Só faltaria definir o valor das obras, e o que será feito.

O maior problema é a contrariedade do Flamengo em relação à manutenção do acordo que se estenderá por 33 anos. Embora tenha contrato com a Odebrecht, o clube entende que o modelo não é rentável. Assim, fez uma proposta juntamente com o Fluminense para assumir o estádio. Havia até luvas, segundo apurou o blog.

Espíndola disse que essa sugestão sequer foi analisada. "Já temos um contrato de mais de 30 anos. Não foi foi feito estudo sobre isso", afirmou o secretário.

Apesar dessa posição, a diretoria do Flamengo ainda tinha intenção de expor sua posição, e uma pequena esperança de reversão, o que parece muito improvável. Ao mesmo tempo, dirigentes do clube já decidiram que, com a manutenção da concessão, não aceitarão os termos atuais da parceria na renovação em 2016 e pretendem procurar outra solução a longo prazo que envolveria a construção de sua casa.

Se isso ocorrer, sem o clube rubro-negro, a Odebrecht teria apenas contrato de jogos permanente com o Fluminense. Vasco e Botafogo têm seus próprios estádios e têm acordos para atuar algumas partidas no Maracanã. O próprio Espíndola admite que a concessão não fica de pé sem os clubes.

A Concessionária reconhece que os jogos do Flamengo são os mais rentáveis. Só que entende que, no caso de o clube procurar outra solução de estádio, teria espaço para ganhar dinheiro com outro tipo de evento. Assim que a manutenção da concessão for confirmada, esse xadrez entre a construtora e o clube vai recomeçar.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.