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Rodrigo Mattos

Governo e prefeitura batem cabeça e atrasam legado do Parque Olímpico

rodrigomattos

24/05/2015 06h00

Rodrigo Mattos/UOL

Obras em uma das arenas do Parque Olímpico que vai virar centro de treinamento

Obras em uma das arenas do Parque Olímpico que vão virar centro de treinamento

Com Vinicius Konchinski

O destino do Parque Olímpico após o Rio-2016 tornou-se um imbróglio difícil de ser resolvido entre o Ministério do Esporte, a prefeitura do Rio e o COB (Comitê Olímpico Brasileiro). O governo federal adiou para o segundo semestre a definição de um plano para o local ao mesmo tempo em que é cobrado pelo prefeito carioca, Eduardo Paes, e pelo Tribunal de Contas da União.

O novelo tem como origem o fato de o local ser de propriedade do município do Rio, mas contar com verbas federais. Então, há uma dúvida sobre quem o administraria após os Jogos. Teoricamente, é o Ministério do Esporte quem deve tomar à frente do processo.

Nesta semana, após reunião com o COI, o ministro do Esporte, George Hilton, reafirmou que cuidará da questão. No Ministério, a informação é de que o legado do Parque está em discussão com o COB e com confederações. Só que o plano tem previsão de ser fechado em agosto.

O prefeito Eduardo Paes cobrou uma solução mais rápida: afirmou que o projeto para o Parque e para o Complexo de Deodoro tem que sair ainda neste semestre. Caso contrário, ele admite traçar o seu próprio plano de legado. Mais do que isso, afirmou que, se quiser ficar com as arenas, o governo federal terá de pagar.

A questão é que a própria prefeitura já recebeu membros do COB, em fevereiro, que apresentaram ideias para uso posterior do parque. A informação foi dada pelo superintendente do comitê, Marcus Vinícius Freire. Quando questionada sobre esse encontro, a Empresa Olímpica informou que a prefeitura não tinha nada a ver com a administração posterior do local, que seria do Ministério.

Fica claro que esse desencontro de informações tem causado atraso no planejamento. O TCU tinha pedido a instalação de um grupo para definir o legado olímpico desde o final de 2013. Em outubro de 2014, constatou atrasos e cobrou um projeto para o Parque Olímpico até fevereiro de 2015.

Nada aconteceu, e o tribunal estendeu o prazo para o governo federal. Agora, a expectativa é de que apenas a um anos dos Jogos que se tenha uma luz sobre o que será do futuro do Parque Olímpico.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.