'Só pode reclamar com juízes por 10 segundos', diz diretor da CBF
A nova orientação da CBF de punir reclamações agressivas de jogadores com cartão amarelo e expulsar treinadores tem como objetivo acabar com o "caos e desrespeito" no Brasileiro. Quem explica é o presidente da comissão de arbitragem da CBF, Sério Corrêa. Para dar um exemplo, ele diz que não serão aceitos protestos de mais de 10 segundos contra o árbitro.
Levantamento da ESPN mostrou que, nas três primeiras rodadas do Nacional, foram 37 cartões amarelos, e um vermelho por reclamação. No ano anterior, foram seis amarelos. E Corrêa achou que foi pouco e puniu quatro juízes por não dar cartões.
"Vínhamos observando no Brasileiro do ano passado reclamações por lateral, pênaltis, impedimentos, treinadores regendo a torcida. Não é possível. Não há ser humano que trabalhe nestas condições", defende Corrêa. "Toda reclamação ostensiva será punida com amarelo como manda a regra do jogo."
A questão é como se determina o que é um protesto ofensivo, e outro aceito pelo juiz. Corrêa reconheceu que o julgamento é subjetivo e do árbitro, mas dá algumas dicas do que não será tolerado.
"Não pode chegar de maneira ofensiva, de dedo em riste, todo mundo ir para cima e fazer uma rodinha, para o jogo por cinco minutos. O árbitro não vai ensinar o jogador a jogar, nem ele vai ensinar o juiz a apitar", contou ele. Questionado se não seria tolerado nenhum questionamento, ele foi sucinto: "Pode reclamar desde que demore 10 segundos. Não ultrapasse disso."
Já os treinadores não terão tolerância nenhuma. Caso tentem fazer uma reclamação, será advertidos. Se insistirem, serão expulsos. Caso invadam o gramado para tentar criticar o juiz, também serão excluídos do campo.
"Não deve se dirigir ao árbitro. Não é função dele discutir a regra do futebol", analisou Corrêa. "Tem uns que ficam regendo a torcida."
Segundo o dirigente, a nova orientação foi distribuída por meio de circulares para todos os times do Nacional, e avisada pelos juízes antes dos jogos. E também foi adotada medida similar na UEFA, de acordo com Corrêa. O presidente da comissão rechaça as críticas que apontam uma ditadura da CBF ao vetar reclamações. "Maior democracia do mundo é respeito. Quebradeira não é democracia."
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