Com cinco acusações, Marin enfrentará juiz que julgou casos de terrorismo

Marin sofre cinco acusações em corte norte-americana

O ex-presidente da CBF José Maria Marin é acusado de cinco crimes graves e será julgado por um juiz que atuou em corte secreta nos EUA para casos de terrorismo. Os dados constam das acusações contra o dirigente no tribunal criminal de Nova Iorque.

Marin aparece como acusado pelos crimes: formação de quadrilha para obtenção de dinheiro ilegal; fraude eletrônica (em esquema da Copa América, e da Copa do Brasil), e lavagem de dinheiro (em esquema da Copa América e da Copa do Brasil). A Justiça norte-americano classifica os delitos entre graves (felony) ou mais leves: o dirigente está na primeira categoria.

O juiz encarregado de seu caso é Raymond J. Dearie. Ele já atuou na chamada FISA (Foreing Intelligence Surveillance Court) que é considerada a segunda corte mais poderosa do país depois da Suprema Corte dos EUA. Explica-se: esse tribunal é secreto porque ser encarregado de aprovar atos de vigilância dos EUA para casos de segurança nacional.

É essa corte que analisa pedidos do governo relacionados a terrorismo, e que se envolveu em polêmica por conta do episódio de Edward Snowden, ex-funcionário de órgão de vigilância dos EUA que revelou o sistema de grampos do país. Na corte de Brooklyn, onde Marin será julgado, Dearie também já lidou com caso de um membro da Al Qaeda acusado de tentar soltar uma bomba no país.

Por parte do Departamento de Justiça, há seis procuradores que atuam na acusação como parte da força-tarefa montada para o caso da Fifa. Outros acusados como José Hawilla e Chuck Blazer já se confessaram culpados, o que certamente será oferecido para Marin se os EUA conseguirem extraditá-lo da Suíça. O processo pode demorar mais de seis meses.

Marin aparece como réu juntamente com os outros cartolas da Fifa em acusação dos EUA contra Jeffrey Webb, ex-presidente da Concacaf. A previsão da corte norte-americana é de um julgamento longo de mais de seis semanas, segundo documentos. Além da possibilidade de terem sentenças de prisão, os acusados podem ser multados, devolver dinheiro e ter bens nos EUA confiscados.