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Rodrigo Mattos

Justiça dos EUA mantém sigilo de dados que podem complicar cartolas da CBF

rodrigomattos

02/06/2015 06h00

A Justiça dos EUA tem mantido sigilo justamente sobre dados que podem complicar a situação dos dirigentes da CBF, enquanto libera informações relacionados a outras partes da investigação sobre corrupção na Fifa. Isso indica claramente que autoridades norte-americanas querem evitar que sejam atrapalhadas as apurações em curso sobre a confederação.

Na semana passada, o vice-presidente da CBF, José Maria Marin, foi preso com outros cartolas da entidade. A partir daí, foram divulgadas as acusações: o dirigente recebeu propinas relacionadas à Copa América e à Copa do Brasil. Embora não cite outros cartolas da confederação, fica claro que um dos conspiradores é Ricardo Teixeira, e o texto indica que Marco Polo Del Nero está envolvido, o que ele nega.

O depoimento do empresário José Hawilla, da Traffic, que pagou os subornos, foi mantido em sigilo. Repórteres norte-americanos requisitaram acesso às declarações, mas isso foi negado pela corte de Nova Iorque. A alegação era de que o governo americano se opôs à divulgação e seus argumentos convenceram o juiz Raymond Dearie, que atua no episódio.

Em outros casos, a corte norte-americana já decidiu liberar a maior parte do depoimento de Chuck Blazer, ex-membro do Comitê Executivo da Fifa que dedurou a compra de votos na escolha da sede da Copa-2010 e na eleição da Fifa em 2011. A Justiça dos EUA também deu acesso a depoimento de Daryll Warner, filho do ex-vice presidente da Fifa jack Warner, outro que confessou crimes.

Ambos os depoimetos devem ser públicos nos próximos dias. Ou seja, dos três acusados que admitiram culpa e entregaram cúmplices, apenas o depoimento de José Hawilla continuará em sigilo por mais tempo. Como já disse o FBI, a investigação está só no começo com as prisões.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.