Líder, Sport mira briga com 'times do Sul' com um terço da folha salarial
Líder do Brasileiro até a oitava rodada, o Sport traça uma estratégia para disputar o campeonato no topo com uma folha salarial de cerca de um terço das equipes dos times grandes do Sul e Sudeste. A aposta é em jogadores da divisão de base, uma gestão de dirigentes contratados para cada setor e uma tentativa de equilibrar as contas.
A faixa de arrecadação do time pernambucano é de R$ 60 milhões ao ano, menos de um quinto do Flamengo, e cerca de um quarto do Corinthians. Sua folha salarial fica em torno de R$ 3 milhões, cerca de 30% da estimativa dos gastos dos grandes times de outras regiões.
"Trabalhamos para vencer o campeonato de intermediários. O bloco que seria dos intermediários composto por times de Santa Catarina, do Paraná, de Goiás", contou o presidente do Sport, João Humberto Martorelli. Com os resultados iniciais, ele ficou mais otimista, embora seja realista. "Nosso trabalho é para colocar o Sport em dois ou três anos para disputar frequentemente entre os primeiros. Foi uma felicidade grande ver que está rendendo este ano."
Uma das explicações do dirigente para a boa campanha é a manutenção do técnico Eduardo Baptista em todo o período de um ano e meio que ele está no poder. Houve momentos de pressão contra o técnico, inclusive no início do ano com a má campanha no Estadual e na Copa do Nordeste.
"A pressão foi muito grande, Não foi uma decisão fácil de manter. Torcedor, imprensa cobram a saída", contou o cartola, que também segurou em 2014 em oito jogos sem vitórias. "É muito mais fácil demitir. É um tormento (ficar ouvindo pedidos para demitir). Mas apostamos que vai dar resultado porque ele montou um time forte e coeso, com variações táticas."
Outro motivo para a manutenção foi que o Sport já tinha traçado um orçamento para priorizar o Brasileiro, já que só teria dinheiro para ter um time mais forte a partir de maio. Aí, contratou Hernane (Brocador), André, Maikon Leite e Marlone. Antes, apostara em jogadores mais baratos como Marcus Ferraz , Elber e Samuel.
Martorelli diz que o Sport gasta menos do que arrecada, e está com os salários em dia. Mas seu clube ainda não tem equilíbrio financeiro. A dívida líquida fechou o ano em R$ 55 milhões em 2014. Está abaixo de um ano de arrecadação, o que é bom sinal, mas subiu R$ 10 milhões em relação a 2013.
A boa notícia é que o clube conseguiu reduzir seu passivo fiscal ao regularizar o pagamento e obter as CNDs (Certidão Negativa de Débito). Também acertou débitos trabalhistas. A má notícia é que aumentou o débito com empréstimos de R$ 1,2 milhão para R$ 19 milhões a juros altos. E o clube antecipou receitas com a CBF (R$ 4,6 milhões), Globo (R$ 7,7 milhões) e Caixa (R$ 3 milhões).
O maior aperto é neste ano em que há considerável montante de antecipações. Um alívio virá da venda de Joelinton, da base, que representará entrada de R$ 5 milhões. É essa base que o Sport aposta, no futuro, para ter um time para bater de frente com as equipes do Sudeste e Sul. A boa fase atual é vista pelo clube como oportunidade para tentar antecipar seus objetivos.
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