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Rodrigo Mattos

Brasileiro tem aumento de renda e público em 2015 apesar de obstáculos

rodrigomattos

05/08/2015 17h00

O recorde de público na 16a rodada não é uma exceção: a média do Brasileiro-2015 deve fechar acima da última edição e tem crescido nos anos recentes. A renda acompanha essa tendência de aumento. A questão é que os clubes brasileiros ainda enfrentam gargalos para incrementar suas receitas com estádios, e a presença de torcedores de forma mais intensa.

Até a 16a rodada, a média de público do Brasileiro é de 16.845. Já é superior ao número do ano passado que foi de 16.555. E, tradicionalmente, o segundo turno apresenta média de público maior do que o primeiro – em 2014, atingiu 17.782.

"Sócios-torcedores, ações de marketing e novas arenas são os maiores responsáveis por esse crescimento. Um exemplo neste ano é o Palmeiras. Ano passado foram Cruzeiro e Inter. O Corinthians mantém público constante. O Flamengo cresceu com contratações", comentou o especialista em marketing esportivo Amir Somoggi. "A questão do horário novo da CBF, 11 horas, também pesou."

Um levantamento de Somoggi indica que a receita total com estádios foi de R$ 693 milhões em 2014. Número superior em R$ 200 milhões a 2012, e que deve ter novo aumento na atual temporada, segundo o especialista. É fato que a renda deve superar 2014 com os recordes do Allianz Parque, a boa média do Corinthians e o uso do Maracanã em todo o campeonato.

Há problemas, no entanto, para incrementar as receitas e público em maior escala. Considerado o poder aquisitivo do brasileiro, o Nacional tem um ingresso médio entre os mais caros do mundo como já mostraram estudos no país e no exterior. Isso, óbvio, afeta a capacidade de crescimento de pagantes ainda mais se levarmos em conta que o espetáculo não é de alto nível.

Outra entrave é o modelo de negócios de arenas. A maioria dos estádios tem como gestor empreiteiras ou consórcios, e não os clubes. São eles que lucram mais com camarotes e assentos vips, o que faz com que os times não tenham interesse em alavancar essa receita. Assim, essa fonte de renda não decola.

Com todos esses empecilhos, além de aberrações como as gratuidades do Maracanã, o público tem crescido no Brasileiro. É provável que atinja uma média similar ou superior aos anos entre 2007 e 2009, os melhores dos pontos corridos. Em resumo, o brasileiro gosta de ir ao estádio apesar das condições ainda estarem longe das ideais.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.