'Nem Odebrecht sabe quando fica pronto', diz Roberto Andrade sobre arena
A indefinição sobre a conclusão da Arena Corinthians prejudica as receitas do clube e já causa impaciência na sua diretoria. O presidente corintiano, Roberto Andrade, admitiu que não sabe quando a reforma tocada pela Odebrecht ficará pronta por conta dos seguidos adiamentos. Questionada, a construtora não deu prazo, embora tenha afirmado que faltam poucos itens.
O estádio já conta com Habite-se e aprovação do Corpo de Bombeiros. E funciona normalmente nos setores Norte, Sul e Leste. A questão é a falta de conclusão de itens do setor Oeste, justamente onde o clube espera ganhar mais dinheiro com torcedores Vips e pagar boa parte da arena.
"Nem eles (Odebrecht) sabem quando fica pronto", afirmou Andrade, que informou estar cobrando. O dirigente lembrou que já houve seguidos adiamentos para a conclusão do projeto. Inicialmente, o prazo era dezembro de 2014, depois passou para abril de 2015. Foi adiado para junho, depois julho. E, a princípio, ficou para setembro. Já tem mais de um ano de reforma após a Copa.
O blog perguntou a Odebrecht sobre a conclusão das obras, mas não houve uma definição de prazo. "Os poucos acabamentos que faltam estão em andamento, conforme o previsto, e concentrados basicamente no prédio Oeste (Centro de Convenções, no nível 06), Piso Business, no nível 08, e terraços dos camarotes de festa", disse a empreiteira.
Segundo a construtora, nenhuma obra atrapalha a realização dos jogos, o que é óbvio já que eles ocorrem normalmente, nem a instalação de lojas para concessões.
Enquanto não tem o estádio pronto, o Corinthians já paga pelo financiamento do BNDES e da Caixa Econômica Federal no qual foram recebidos R$ 400 milhões. São quase R$ 5 milhões por mês em parcelas, dinheiro tirado das receitas da arena. Isso significa R$ 60 milhões por ano. O clube tinha dinheiro acumulado de um ano de renda, o que facilita esse início.
Ao mesmo tempo, a diretoria corintiana negocia para adiar o pagamento, pedindo três anos de carência como outros estádios. Teoricamente, o clube teve apenas um ano. "Estamos em conversa com Caixa e BNDES", disse Andrade.
Só que não é a única dívida corintiana relativa ao estádio que teve custo de R$ 1,15 bilhão. Outros R$ 750 milhões estão em aberto. Uma parte o clube tem coberto com a venda de alguns CIDs para a própria Odebrecht, cuja previsão integral é R$ 400 milhões. O restante é em empréstimos bancários.
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