Odebrecht está livre de todas as obras olímpicas no Maracanã
A atualização do orçamento da Olimpíada deixou claro que a Concessionária Maracanã S.A. não terá mais nenhuma obrigação de realizar obras dos Jogos. Quando a Odebrecht ganhou a concessão do estádio, seria responsável por uma série de intervenções para o evento, como reforma Parque Julio Delamare, quadras de treino do Maracanãzinho, e havia até possibilidade de um ajuste na arena. Agora, está isenta enquanto se discute um contrato de revisão entre o grupo e o governo do Estado.
Divulgada pela APO, a nova matriz de responsabilidades excluiu em definitivo o Julio Delamare das competições de pólo aquático. Já as quadras do Maracanãzinho serão feitas de forma provisória e não como obra definitiva como previsto inicialmente.
Após um pedido de organizadores da abertura da Olimpíada, foi descartada também qualquer intervenção no estádio para melhorar o acesso a equipamentos. A reconstrução do Célio de Barros, que poderia ser usado como centro de treinamento para os Jogos, já tinha ficado de fora anteriomente.
"Saiu o Julio Delamare como previsto anteriormente. Quadras do Maranãzinho serão temporárias. Havia obras previstas, mas não tinha prazo e determinação de quem ia fazer. Não tem mais nenhuma obra na Olimpíada feita pelo Maracanã", contou o presidente interino da Autoridade Pública Olimpíada, Marcelo Pedroso.
Essa definição de que não haverá obra olímpica a ser tocada pela Odebrecht ocorre em meio à renegociação do contrato de concessão com o governo do Estado. Alegando prejuízo com a decisão de não derrubar o Julio Delamare e o Célio de Barros, a construtora pediu um reequilíbrio financeiro para redução dos mais de R$ 500 milhões que teria de investir no complexo.
Agora, os números discutidos giram em torno de R$ 130 milhões. A ideia é definir um valor e depois discutir quais obras seriam feitas com aquele diheiro. Ou seja, no momento, sequer há uma decisão de que obra a Odebrecht terá de fazer.
A tendência é que a assinatura da revisão da concessão ocorra antes da Olimpíada. O acordo estava quase fechado quando o presidete da empresa, Marcelo Odebrecht, foi preso em meio à operação Lava-Jato. As duas partes dizem não haver relação entre o prolongamento das negociações e a detenção, e ainda afirmam que esperam que um novo compromisso seja assinado em breve.
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