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Rodrigo Mattos

Odebrecht está livre de todas as obras olímpicas no Maracanã

rodrigomattos

21/08/2015 11h09

A atualização do orçamento da Olimpíada deixou claro que a Concessionária Maracanã S.A. não terá mais nenhuma obrigação de realizar obras dos Jogos. Quando a Odebrecht ganhou a concessão do estádio, seria responsável por uma série de intervenções para o evento, como reforma Parque Julio Delamare, quadras de treino do Maracanãzinho, e havia até possibilidade de um ajuste na arena. Agora, está isenta enquanto se discute um contrato de revisão entre o grupo e o governo do Estado.

Divulgada pela APO, a nova matriz de responsabilidades excluiu em definitivo o Julio Delamare das competições de pólo aquático. Já as quadras do Maracanãzinho serão feitas de forma provisória e não como obra definitiva como previsto inicialmente.

Após um pedido de organizadores da abertura da Olimpíada, foi descartada também qualquer intervenção no estádio para melhorar o acesso a equipamentos. A reconstrução do Célio de Barros, que poderia ser usado como centro de treinamento para os Jogos, já tinha ficado de fora anteriomente.

"Saiu o Julio Delamare como previsto anteriormente. Quadras do Maranãzinho serão temporárias. Havia obras previstas, mas não tinha prazo e determinação de quem ia fazer. Não tem mais nenhuma obra na Olimpíada feita pelo Maracanã", contou o presidente interino da Autoridade Pública Olimpíada, Marcelo Pedroso.

Essa definição de que não haverá obra olímpica a ser tocada pela Odebrecht ocorre em meio à renegociação do contrato de concessão com o governo do Estado. Alegando prejuízo com a decisão de não derrubar o Julio Delamare e o Célio de Barros, a construtora pediu um reequilíbrio financeiro para redução dos mais de R$ 500 milhões que teria de investir no complexo.

Agora, os números discutidos giram em torno de R$ 130 milhões. A ideia é definir um valor e depois discutir quais obras seriam feitas com aquele diheiro. Ou seja, no momento, sequer há uma decisão de que obra a Odebrecht terá de fazer.

A tendência é que a assinatura da revisão da concessão ocorra antes da Olimpíada. O acordo estava quase fechado quando o presidete da empresa, Marcelo Odebrecht, foi preso em meio à operação Lava-Jato. As duas partes dizem não haver relação entre o prolongamento das negociações e a detenção, e ainda afirmam que esperam que um novo compromisso seja assinado em breve.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.