Questionado, Del Nero ignora escândalo da Fifa e prioriza poder na CBF
Em meio a uma turbulência sem precedentes na Fifa, o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, prioriza sua manutenção no poder e fica alheio ao afastamento do presidente Joseph Blatter. Ele não cogita tirar licença e não viajará para o exterior para reuniões da federação internacional para cuidar da CPI. Foi o que disseram cartolas que estiveram em contato com Del Nero nos últimos dois dias.
Na quarta-feira, houve uma reunião entre presidentes de federações para discutir a lei do Profut e outras questões. Antes do encontro, Del Nero foi interpelado pelos dirigentes sobre sua situação na CBF e sobre a turbulência na Fifa – já havia pedido de suspensão de Blatter.
"Ele disse que estava tranquilo e que não iria para o exterior (para reuniões da Fifa) porque poderia ser convocado para a CPI", comentou o presidente da Federação Bahiana, Ednaldo Rodrigues. "O Brasil está sem representatividade na Fifa, o que não é bom. Vamos aguardar um mês para ver como fica a situação."
Del Nero não viaja para o exterior e para reuniões da Fifa desde que foi deflagrada a operação do FBI para prender cartolas envolvidos no pagamento de propina.
Outro que perguntou a Del Nero sobre a situação da CBF e da Fifa foi o presidente da Federação do Rio Grande do Norte, José Vanildo. "Ele disse que estava tudo sob controle, e estava oferecendo informações da CBF à CPI. Afirmou que não tinha a confirmação da saída de Blatter por conta do fuso horário suíço. Contou que a confederação iria superar esse momento com mais regras de transparência. A ninguém falou em se afastar", contou.
Presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, disse que Del Nero tem direito de escolher se viaja ou não. "Pessoalmente, se fosse eu, eu iria viajar (para a Fifa). Mas ele que deve gerir e tomar uma decisão sobre qual a prioridade. Foi eleito para isso", disse o cartola. "Pode estar certo de que ele não vai viajar"; disse o vice da CBF, Delfim Peixoto, que é opositor de Del Nero.
Chamou atenção entre os presidentes de federações como o vice da CBF Fernando Sarney teve protagonismo na reunião logo que Del Nero deixou o encontro para tratar de outros assunto. Há a informação não confirmada de que ele teria assumido uma sala dentro da sede da confederação, o que poderia indica-lo como sucessor preferido em caso de licença.
Mas ressalte-se que todas as informações de Del Nero são de que não sai da entidade. O secretário-geral da entidade, Walter Feldman, disse que não existe possibilidade de licença.
Em resumo, a CBF se torna passiva na discussão do futuro da Fifa e do futebol mundial com um presidente que não pode viajar por conta das suspeitas de que está envolvido no caso de propinas desvendado pelo FBI. Ao mesmo tempo, ele não abre mão de seu cargo no Brasil.
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