Vazamento expõe fundo secreto que investiu em Neymar, Damião e Cirino
Um vazamento de documentos do Doyen Sports revelou a origem do dinheiro do grupo que tem mais de R$ 400 milhões no futebol. O fundo secreto que escondia seus investidores teve direitos de imagem de Neymar, e atuou em contratações do Santos (Leandro Damião e Lucas Lima) e do Flamengo (Marcelo Cirino).
Os documentos foram expostos no site Football Leaks, e sua veracidade foi confirmada pelo fundo. Mas o Doyen alegou em comunicado à agência "Bloomberg" que hackers obtiveram os dados e só os liberaram após tentarem obter vantagens para não revelá-los.
A série de documentos mostra que o fundo teve disponível para investimento um total de € 100 milhões, boa parte gasto em direitos de jogadores desde 2011. Esse dinheiro passa por empresas com sedes e contas em paraísos fiscais como Malta, Curaçao e Panamá.
O caminho dos montantes foi tortuoso, mas revela a real origem dos recursos. O Doyen Sports recebeu empréstimos da Bennington, que detém parte de suas ações. As duas empresas têm a sede no mesmo endereço em Malta.
Já o dinheiro da Bennington veio de empréstimos do turco Malik Ali, que, teoricamente, era a fonte de valores da Doyen. Mas Ali recebeu dinheiro de Refik Arif, um empresário do Kasaquistão que atua na área de petróleo, gás e indústrias químicas em seu país.
Arif é, portanto, o real investidor do Doyen, o que sempre foi escondido pelos diretores do grupo. Seu conglomerado, que cresceu com o final da União Soviética, estende-se por outros países incluindo negócios de hotelaria e troca de comodities, com sedes em Londres e no Panamá.
Entre os investimentos feitos pelo Doyen, está a compra dos direitos de imagem de Neymar. Em agosto de 2012, pagaram € 6 milhões para a empresa do jogador Neymar Sports Marketing Ltda. O jogador teve que fazer campanhas na Asia e teve sua imagem explorada pela empresa. O blog apurou que o contrato já expirou, e a empresa teria levado prejuízo já que ganhou apenas € 2 milhões com sua imagem.
Mais tarde, o Doyen comprou Leandro Damião do Inter para o Santos. Além disso, a empresa tem a maior parte dos direitos de Lucas Lima, meia da seleção. O clube registra uma dívida de R$ 50 milhões com a Doyen referentes a Damião e Felipe Anderson. Há diversos pagamentos do Doyen à empresa de Anderson entre os documentos financeiros.
Outro negócio concluído com dinheiro do Doyen foi a compra de Marcelo Cirino pelo Flamengo junto ao Atlético-PR. O clube carioca tem um débito de € 3,5 milhões com o Doyen.
No exterior, o fundo negociou com clubes como o Atlético de Madrid, Porto, Getafe, entre outros. O jogador mais importante que pertenceu ao Doyen foi o colombiano Falcão Garcia. A atuação do fundo secreto na compra de jogadores deveria ser interrompida por determinação da Fifa que proibiu a participação de terceiros em direitos.
Mas isso não impediu o Doyen de continuar a negociar direitos de atletas como revelaram documentos de transação com o Twente, clube holandês. Com o vazamento dos dados, a Federação Holandesa pressionou a diretoria do clube a dar explicações, e o presidente renunciou. É provável que o caso chegue até a Fifa, segundo o blog apurou.
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