Topo

Rodrigo Mattos

Cartolas têm de pagar mais de R$ 800 mi para EUA no caso Fifa

rodrigomattos

06/12/2015 06h00

Os números de acusações criminais de cartolas no caso Fifa impressionam: foram 94 indiciamentos na última avalanche do Departamento de Justiça dos EUA. Igualmente impactante é o total de dinheiro a ser arrecadado entre fianças, reparações e multas impostas aos dirigentes: US$ 214 milhões (R$ 813 milhões) até agora. Esse total será maior, já que algumas reparações não foram estimadas e há outros que podem ser detidos.

Dos 30 indiciados, foram 11 acusados que até agora ou fizeram acordos em que reconhecem sua culpa e aceitaram pagar indenizações ou fecharam fianças para se manterem fora da cadeia. Só uma parte do dinheiro entrou nos cofres do judiciário norte-americano porque há valores que estão garantidas por imóvel ou que serão quitadas parceladamente.

O montante irá para a reparação de quem foi prejudicado, o que inclui CBF, Conmebol, Concacaf, entre outras entidades. Veja caso a caso:

José Hawilla (dono da Traffic) – Fechou acordo de US$ 151 milhões como indenização por ser o ponto central do esquema de corrupção. Já quitou US$ 25 milhões, e terá de dar o restante até a setença final.

Chuck Blazer (membro do Comitê Executivo da Fifa) – Réu confesso, aceitou devolver US$ 1,9 milhão pelo recebimento de propinas, mas esse valor subirá até a sentença quando deve haver uma complementação dos valores.

Aaron Davidson (ex-executivo da Traffic) – Não se declarou culpado, mas se comprometeu a pagar US$ 5 milhões como fiança para responder ao processo em liberdade.

José Maria Marin (ex-presidente da CBF) – Afirmou ser inocente, mas teve de cobrir um valor de US$ 15 milhões de fiança. Desse total, pagou US$ 1 milhão em depósitos, e outros US$ 2 milhões foram dados com cartas finanças. O restante está garantido por imóveis.

Jacke Warner (ex-presidente da Fifa) – Pagou US$ 400 mil em fiança para responder ao processo em liberdade.

Alejandro Buzarco (Executivo da Torneos) – Fechou acordo de delação em que aceita pagar uma indenização de US$ 21,6 milhões.

Roger Huguet (ex-CEO Media World) – Ao confessar culpa, concordou em pagar indenização de US$ 600 mil.

José Margulies (ex-executivo da Valente e empresas Margulies) – Outro que confessou crimes e topou pagar US$ 9,2 milhões a título de reparação e multas.

Fabio Tordin (ex-executivo da Traffic) – Concordou em pagar US$ 600 mil ao confessar seus crimes.

Zorana Danis (dona da ISM) – Ao admitir culpa por pagamento de propinas, fechou acordo para pagar US$ 2 milhões ao judiciário norte-americano.

Jefrrey Webb (ex-presidente da Concacaf) – Quitará US$ 6,7 milhões em reparações por receber propinas ao confessar culpa. O valor pode subir com multas e fiança.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.