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Rodrigo Mattos

Luta vascaína é insuficiente para compensar erros de Eurico em 2015

rodrigomattos

06/12/2015 18h16

Quem assistiu aos últimos jogos do Vasco pôde acompanhar uma luta sem desistência, e mesmo alguma melhora na qualidade do jogo. Mas esse esforço foi insuficiente para compensar todos os erros cometidos pela diretoria do clube na temporada 2015. A principal parte da conta do rebaixamento vai para o presidente Eurico Miranda, e uma fatia fica para o antecessor Roberto Dinamite.

No início do ano, com sérias restrições orçamentárias pelos erros de Dinamite e do próprio Eurico, a diretoria montou um elenco modesto. Em um futebol carioca enfraquecido, e com arbitragens ruins, levou um título. E isso criou a impressão de que era o suficiente para um Brasileiro.

Lembre-se: Eurico falou em disputar o título. Confrontado com um início horrendo no Nacional, em que o time não ganhava de jeito nenhum, o dirigente seguiu se enganando e garantindo que não haveria queda. Com isso, demorou muito a reagir e reconhecer a insuficiência técnica de sua equipe para a competição.

Quando contratou atletas como Nenê, entre outros, conseguiu pelo menos criar um time competitivo dentro do Nacional. Mas daria tempo? A reação do time era positiva, com vitórias fora e uma arrancada de 28 pontos em 15 jogos.

Só que, na lanterna, o time vascaíno acumulava um prejuízo de pontos poucas vezes visto nos pontos corridos: só fez 13 no primeiro turno. Teria de fazer uma campanha igual a dos times que brigavam na ponta. Não havia qualidade para isso apesar da melhora.

Foi o que se viu neste domingo. Precisando de uma combinação de resultados, o Vasco lutou até o fim, teve o grito da sua torcida, mas não foi capaz de vencer o Coritiba e o gramado encharcado do Couto Pereira.

É verdade que houve um pênalti não marcado sobre Nenê. É verdade que Carlos Alberto poderia ter sido expulso no jogo entre Figueirense e Fluminense. Foram prejuízos para o Vasco.

Mas não se pode atribuir a isso o rebaixamento vascaíno. O que falta ao time de São Januário é o respeito de seus dirigentes à rica história do clube. Por isso os vascaínos enfrentam seu terceiro rebaixamento em uma década.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.