Federações do Nordeste pedem cancelamento de eleição na CBF
Oito federações do Nordeste protocolaram um pedido de cancelamento da eleição para vice da CBF marcada para a próxima semana em manobra executada pela situação. Alegam que o pleito não pode ser realizado porque José Maria Marin, que está em prisão domiciliar, não foi retirado do cargo: está suspenso o que não torna o cargo vago. A CBF comunicou que mantém a realização da assembléia, mas não explicou como se deu a destituição de Marin.
Essa atitude fragiliza ainda mais a manobra da corrente dominada pelo presidente licenciado Marco Polo Del Nero que pretende eleger o Coronel Nunes para vice da entidade, em pleito marcado para o dia 16. Del Nero pediu afastamento ao ser indiciado nos EUA por acusação de que recebeu propinas. Com a eleição de Nunes, ele ficaria como primeiro na fila de sucessão da CBF no lugar de Delfim Peixoto por ser mais velho para substituir o presidente acusado de receber propinas.
O pedido de cancelar a eleição foi assinado pelos presidentes das federações do Piauí, Sergipe, Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte e Alagoas e pelo vice-presidente da CBF para região Nordeste, Gustavo Feijó. O único presidente nordestino que não assinou foi Mauro Carmélio, do Ceará. A reivindicação tem a data de oito de dezembro.
"Me sinto orgulhoso de que oito federações do Nordeste tenham se oposto a essa eleição. Momento do país é muito ruim para fazermos as coisas desse jeito. As coisas têm que ser mais claras", afirmou o vic da CBF Gustavo Feijó, sobre a manobra da situação. "Não é dizer que está vago(cargo de Marin) para fazer nova eleição e defender o interesse de A, B, ou C. Temos que defender o interesses coletivo do futebol brasileiro e ver quem é melhor para o futebol, não escolher o mais novo ou o mais velho."
No documento, está dito que, apesar da marcação da eleição, "não se tem notícia de que o respectivo cargo de vice-presidente está cago, condição "sine qua non" para a convocação da assembléia eleitoral, fato a merecer urgente esclarecimento, pelo fundamentos a seguir expostos".
O texto em seguida afirma que Marin está afastado por suposta prática de corrupção sem qualquer condenação, e alega que esse ato "é temporário, especialmente se considerado o princípio constitucional da presunção de não culpabilidade, previsto na Constituição". E lembra que não há pedido de renúncia de Marin.
E as federações alegam que não é o momento para fazer nova eleição: "Com efeito, dado ao momento delicado em que passa esta confederação, é prudente que todos os atos sejam tomados com a mais absoluta cautela, evitando-se decisões precipitadas e até mesmo prejulgamento de ordem interna e externa o que terminam por fragilizar ainda mais estar tão nobre entidade."
Por isso, pede o cancelamento da assembléia do dia 16 e pede que uma nova só seja convocada após cumprimento do estatuto.
Feijó contou que, na última quinta-feira, Del Nero chegou a chamá-lo para substitui-lo no cargo de presidente da CBF, logo após a desistência de Fernando Sarney. "Se ele (Del Nero) se diz inocente, não entendi porque largar a presidência. Me ligou para chamar para ser presidente. Eu respondi que só conversaria pessoalmente, e ele escolheu outro presidente. Nada contra o Marcus Vicente. Mas não pode largar e ficar indicando presidente."
Marcus Vicente é hoje o presidente interino da CBF. Pela posição defendida pelas federações do Nordeste, quando acabar a licença de 180 dias, Del Nero deve voltar ou assume Delfim Peixoto, vice mais velho. Feijó ressaltou que não gosta, nem apoia Peixoto, que representa a região Sul, mas reconhece que ele tem o direito ao cargo.
Feijó não descarta que se vote na assembléia um novo pleito para presidente da CBF caso fique configurado que Del Nero não volta mais à presidência. Isso teria que contar com aprovação da assembléia administrativa. Mas ele ressalta que, no momento, o afastamento de Del Nero é tão provisório quanto o de Marin.
Nota da CBF: "Em decorrência de informações veiculadas pela imprensa, a CBF vem a público confirmar a realização, no dia 16 de dezembro de 2015, da Assembléia Geral Eleitoral, convocada para promover a escolha de vice-presidente, no intuito de preencher a vacância existente, seguindo estrito e rigoroso cumprimento do seu Estatuto."
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