Com desmanche e renda alta, Corinthians pode fechar buraco nas contas
O desmanche do elenco do Corinthians é uma péssima notícia esportiva para seus torcedores por deixar enfraquecido o campeão brasileiro. Ao mesmo tempo, com as receitas em alta, o clube tem a chance de tapar o rombo provocado pela gastança e as pedaladas dos últimos anos e equilibrar suas contas. É o que indica o orçamento do clube.
Nos últimos dois anos, 2014 e 2015, a diretoria do Corinthians gastou acima de suas receitas. No ano retrasado, houve um prejuízo acima de R$ 100 milhões, com consequente elevação da dívida. Em 2015, os números não estão fechados, mas havia buraco de R$ 30 milhões até agosto.
O excesso de gastos é tônica na gestão de Andrés Sanchez e seus aliados que dobrou o débito do clube em sete anos. Outra característica é tentar disfarçar os rombos: houve sonegação de impostos, contabilidade criativa para gerar superávit e antecipações de receitas que comprometem o futuro.
Para 2016, há uma perspectiva real de recuperar os problemas causados na conta do clube. O orçamento foi traçado para empatar com leve superávit. Para isso, no entanto, era necessária a volta do crescimento de receita, incluindo venda de atletas.
"A intenção é aumentar a receita e reduzir a despesa para obter o equilíbrio porque tínhamos nos perdido um pouco nos anos anteriores", contou o vice-presidente de Finanças do Corinthians, Emerson Piovesan.
A soma de receitas previstas no orçamento é de R$ 330 milhões. Desse total, seria necessário vender R$ 45 milhões em jogador. Com a saída de entre quatro e seis titulares, ainda que as multas não sejam altas, a arrecadação já deve ultrapassar R$ 30 milhões, dependendo do câmbio. "Essas saídas foram surpresas e não eram o que queríamos", ressalvou Piovezan.
Há outras perspectivas financeira positivas. No orçamento, há uma previsão de R$ 141 milhões com televisão. Mas apenas o contrato do Brasileiro tem potencial de atingir R$ 170 milhões, igual ao Flamengo. "É que não incluímos o valor do pay-per-view que é incerto, mas sempre dá mais", explicou Piovezan. Um problema é que uma parte do dinheiro da tv foi adiantado para cobrir contas de 2014, e haverá desconto. Mas ainda há a cota do Paulista.
O contrato dolarizado da Nike é outro ganho para o clube. Há provável renovação com a Caixa Econômica e conversas avançadas para patrocínios nos ombros e manga. Diante dessas perspectivas, é bem possível que o clube tenha uma receita superior aos R$ 330 milhões previstos.
O equilíbrio das contas, claro, vai depender de quanto o Corinthians usará do dinheiro arrecadado com as vendas para reinvestir em contratações. É óbvio que o clube terá de repor jogadores e gastar, normal em reformulações. A questão é quanto pretende usar em multas e salários: se exagerar, compromete o ajuste. Mas, se o orçamento for respeitado, o poderá ter um quadro positivo de retomada e correção dos abusos.
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