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Rodrigo Mattos

Após confusão no Allianz Parque, CBF libera patrocínio em arenas fora da TV

rodrigomattos

14/01/2016 05h00

A CBF alterou o regulamento geral de competições para 2016 e permitiu a publicidade em estádios desde que fora da zona de imagem da televisão. Essa modificação ocorre após confusão entre a entidade e o Palmeiras em jogo no Allianz Parque em 2015. Apesar da flexibilização, a confederação mantém controle sobre o patrocínios nos estádios atendendo demanda da Globo.

Em maio de 2015, no primeiro jogo do Brasileiro, uma empresa contratada pela CBF cobriu com faixas brancas a marca "Allianz Parque". Torcedores se irritaram com a entidade. Depois, a confederação atribuiu a atitude a um erro da empresa e liberou as marcas. Em outros estádios, a publicidade é tolerada, mas necessitava sempre de autorização expressa da confederação. E a Globo podia pedir veto.

No regulamento da CBF, esse tópico é tratado no artigo 4o, inciso II do regulamento. Foi mantido o texto que dá à entidade o direito de autorizar qualquer publicidade ou direitos comerciais nos estádios, exceto aqueles acertados em acordos por clubes. Mas acrescentou-se outra exceção: publicidade "fora do alcance da imagem das transmissões televisivas".

A CBF explicou que, basicamente, está liberado patrocínio nas arenas desde que não estejam na linha de transmissão da tv. Cada estádio terá uma determinação diferente porque a Globo tem um posicionamento de câmeras diverso em cada lugar. Então, os lugares permitidos serão combinados com a emissora. A necessidade de pedir anuência da confederação existe, mas não é obrigatória.

Responsáveis pelo Allianz Parque entenderam como positivas as modificações no regulamento: dizem que pode melhorar a relação do estádio com a TV na qual costuma ocorrer grandes embates.  No estádio, será liberada a parte das arquibancadas oposta a que é exibida pela Globo. Patrocinadores do estádio terão prioridade para ocupar esses espaços.

Outros gestores de arenas relataram obstáculos com a regulação da CBF e com a Globo. A emissora se irrita com marcas que aparecem pouco acima da linha de placas e são exibidas nas transmissões em estádios como Maracanã e Arena Grêmio. Por isso, a Globo sempre pressiona a confederação a regular esses patrocínios para não prejudicar seus próprios parceiros.

A CBF tem feito regulamentos que privilegiam os detentores de direitos de transmissão, ou que tenham comprado placas em volta do campo. Ao explicar a mudança nas regras, a entidade informou que sempre realiza ajustes após pedidos ou análise do que ocorreu na temporada. Haverá ainda um regulamento de marketing da confederação.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.