Rio-2016 gasta menos com 'luxos', mas não sabe quanto cortou no orçamento
Desde que se acentuou a crise econômica no Brasil, o Comitê Organizador Rio-2016 tem feito o discurso de redução de orçamento para respeitar o aperto de governos Estadual e Federal. Nesta semana, o organismo decidiu que manterá alguns 'luxos' a atletas, mas com menos dinheiro. A questão é que o comitê não sabe qual será o tamanho da diminuição dos seus gastos.
O orçamento do comitê é bancado com verbas privadas. Mas, para isso, foram repassadas despesas para os governos. Seu valor inicial gira em torno de R$ 7,4 bilhões. Então, traçou-se um plano inicial de reduzir em 10% esse total. Mas houve diversas revisões em que itens foram retirados e recolocados da previsão de custos.
Agora, em mais uma reunião com o COI, o comitê deixou praticamente fechado o pacote. Faltam alguns pontos a negociar. Conseguiu manter alguns extras previstos para dar mais conforto a atletas, comitês olímpicos e imprensa, como passagens de graça, ar-condicionado, impressoras para publicar resultados. Só que houve uma redução nos valores iniciais a serem gastos com esses itens.
Por exemplo, em relação às passagens, o comitê pagará todos os deslocamentos das delegações. Mas estabelecerá um padrão de tarifa usado durante a semana, mas barato do que no final de semana. Assim, vai calcular um valor e enviar o dinheiro para os comitês olímpicos nacionais. Se esses quiserem alterações, terão de pagar os extras.
O comitê pensou em cortar as impressoras para publicar resultados para jornalistas e staff que trabalha nos Jogos. A ideia era só usar meio eletrônico. O COI insistiu na necessidade de ter os números no papel. Foi encontrado um meio termo. Seriam gastos R$ 20 milhões, e o número caiu para R$ 12 milhões.
Os ares-condicionados para os atletas nos quartos serão mantidos, mas as televisões estão fora. Só haverá nas áreas públicas. Alguns itens das instalações esportivas e contratos legais ainda estão em discussão porque podem determinar o tamanho da redução. A intenção é ter o pacote fechado antes do carnaval, isto é, no início de fevereiro.
O problema é que dificilmente o público saberá qual foi o esforço efetivo do Comitê Rio-2016 para cortar custos. Isso porque o organismo não calculou o tamanho da redução e, no momento, não pretende realizar esse levantamento.
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