Investigada, parceira da CBF usa marcas de times e lucra na Copa do Brasil
Parceira da CBF, a empresa Klefer Produções e Promoções usa as marcas dos clubes e ingressos para lucrar com a Copa do Brasil. A empresa tem os direitos de comercialização de placas da Copa do Brasil, e é investigada pelo FBI por supostamente ter pago propina para ex-presidentes da confederação por esses acordos.
O blog teve acesso ao contrato entre a Klefer e a Petrobras relacionado ao patrocínio da competição de 2015 a 2017, que foi rompido em outubro. No documento, a agência de marketing usa fotos e símbolos dos grandes clubes brasileiros para vender o seu produto. A empresa tem esse direito pelo acordo da CBF.
Ao descrever o pacote comercial, a Klefer se utilizar de cinco fotos de jogadores do Flamengo, campeão em 2013 e com vários prêmios individuais. Há ainda fotos do Grêmio, do Inter e do Cruzeiro para ilustração, além do uso de escudos dos times.
Para exaltar atratividade da Copa do Brasil, a Klefer usa os símbolos de Flamengo, Corinthians e São Paulo para demonstrar a audiência obtida nas suas partidas. A final entre o time carioca e o Atlético-PR gerou 38 pontos pelo Ibope.
Além disso, no contrato, é previsto que o patrocinador tenha direito a 100 ingressos de cada semifinal e final, além de 30 de outros jogos. O direito a vender os bilhetes para os jogos é dos clubes, e não da CBF.
Nenhum desses procedimentos da Klefer é irregular, já que ela tem os direitos sobre a competição. Mas eles servem para mostrar como a empresa ganha dinheiro, na verdade, em cima de um campeonato que só tem visibilidade por causa dos clubes. Mas a CBF especifica em regulamento que é a responsável por comercializar todos os direitos da competição, incluindo televisão, placas, naming rights.
Aos clubes, só sobra o direito a quotas por cada fase de grupo. O campeão da Copa do Brasil de 2015, por exemplo, ganhou R$ 8 milhões. É um pouco mais do que uma cota de placa de publicidade paga por patrocinador, R$ 6 milhões, sendo que há várias cotas, mais os direitos pagos pela Globo. O blog tentou contato com executivos da Klefer, mas não obteve retorno.
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