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Rodrigo Mattos

CBF tem queda em ganho de patrocínio, mas mantém receita acima de R$ 500 mi

rodrigomattos

07/03/2016 16h56

Com a crise e os escândalos de corrupção, a CBF teve queda do valor arrecadado com o patrocínio, mas manteve a sua renda total acima de R$ 500 milhões em 2015.  Houve ainda um crescimento de ganhos com variação cambial pelos contratos em dólares. Os números constam do balanço da confederação que foi passado às federações e não pôde ser votado nesta segunda-feira por conta de suspensão judicial.

Entregue às federações, o documento referente a 2015 mostra uma receita de R$ 518,9 milhões, a maior entre todas as entidades de esporte do Brasil considerando clubes e o COB. Esse valor é levemente inferior aos R$ 519,1 milhões obtidos pela CBF em 2014.

Considerada ainda as receitas financeiras, o que inclui ganhos altíssimos com variação cambial, o valor da receita se eleva a R$ 584 milhões, superior a 2014 em que houve R$ 540 milhões.

O maior motivo para isso foi a queda no valor obtido com patrocínio, de R$ 359,4 milhões para R$ 339,6 milhões. A CBF perdeu o patrocínio da Unimed, P & G, Sadia e Michelin.  Ou seja, a confederação ganhou R$ 20 milhões a menos. Esse impacto será maior em 2016 quando estes patrocínios não serão pagos no ano inteiro. Para compensar, houve um aumento da receita com direitos de transmissão, que saltou de R$ 97,7 milhões para R$ 112,5 milhões.

Nas despesas, houve significativa redução de despesas administrativas de R$ 167 milhões para R$ 119 milhões.  No relatório, a CBF afirma ter aumentado seu custo com futebol que teoricamente teria superado as despesas operacionais: R$ 226 milhões contra R$ 196 milhões.

Só que, entre os custos do futebol, está a contribuição ao fomento do futebol nos Estados e competições que inclui mesada para as federações. Essa subiu de R$ 50 mil para R$ 75 mil por mês. Houve de fato uma redução das despesas administrativas, nunca explicadas pela CBF, de R$ 167 milhões para R$ 119 milhões. Mas isso significa que a entidade ainda gasta R$ 100 milhões em itens desconhecidos.

Como resultado, a CBF obteve um superávit de R$ 72 milhões em 2015, bem superior aos R$ 51 milhões obtidos em 2014. As contas ainda não foram aprovadas por conta da liminar conseguida pelo presidente da Federação Catarinense, Delfim Peixoto, que alega não ter tido acesso aos documentos contábeis da entidade. A diretoria da CBF questiona essa acusação do dirigente.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.