CBF e Del Nero reagem com críticas ao processo da Fifa
Dirigentes da CBF e representantes de Marco Polo Del Nero reagiram com críticas ao processo movido pela Fifa em que pede a ele e a outros cartolas indenização pelos casos de supostas propinas nos EUA. O advogado do presidente licenciado da confederação classificou a ação como "nonsense". E dirigentes da entidade classificaram o processo como midiático.
Uma investigação do FBI apurou que cartolas sul-americanos levavam subornos para conceder contratos de competições como a Copa América e a Libertadores para a empresa. O caso levou a um escândalo que derrubou até o presidente da Fifa, Joseph Blatter.
Nesta terça-feira, a federação internacional processou cartolas nos EUA para pedir indenizações, entre eles Del Nero, Ricardo Teixeira e José Maria Marin. Cobra a devolução de salários e despesas de viagem, além de indenizações. A Conmebol entrou com ação similar.
"O que a Fifa está querendo é que Del Nero restitua os valores pagos? Essas despesas foram gastas com viagem e despesas a serviço da entidade. É como um Estado querer de volta o dinheiro usado para despesas de um funcionário. É um nonsense", afirmou Guilherme Batochio, um dos advogados de Del Nero. "A Fifa está querendo se vitimizar."
Ele informou que serão contratados advogados para defender o cartola nos EUA. Em relação ao processo criminal, não é possível defender o dirigente a não ser que ele vá ao país.
"Em relação ao presidente Marco Polo há uma investigação em marcha sem conclusão", analisou o secretário-geral, Walter Feldman. "O que sei é que somos credores do dinheiro do legado da Copa que deveria ser pago pela Fifa", completou. A Fifa travou os pagamentos do total do fundo de US$ 100 milhões após o escândalo na CBF.
Presidentes de federações não entenderam porque Del Nero foi incluído como réu pela Fifa se a entidade não encerrou o processo no Comitê de Ética sobre ele. "A preocupação da Fifa é midiática. Era melhor ter esperado encerrar o processo criminal", afirmou o presidente da Federação Pernambucana, Evandro Carvalho.
Outros presidentes de federações que pediram anonimato ficaram igualmente surpresos com a ação. Alegam que já passou da hora de a federação internacional concluir essa ação no comitê de ética contra Del Nero que se arrasta desde novembro. Por isso, entendem que a decisão de incluí-lo na ação civil é política.
O presidente licenciado da CBF já disse várias vezes a seus pares que era inocente e provaria isso para poder voltar. Mas a ação da Fifa praticamente inviabiliza esse retorno ao futebol.
Mais do que isso, causa uma cisão entre a federação internacional e a confederação logo após a eleição do novo presidente, Gianni Infantino, apoiado pela confederação. Há cooperação entre as duas entidades em certos campos como controle de transferências, mas a relação fica estremecida com o ataque da Fifa ao cartola que ainda detém a presidência da CBF, ainda que esteja afastado.
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