Um empate que não exime Dunga de seus muitos erros
Com o empate com o Paraguai, a seleção brasileira ficou de fora da zona de classificação das eliminatórias da Copa, demonstrou uma desorganização comovente e cometeu erros técnicos impensáveis na amarelinha. Tudo isso após um ano e oito meses de trabalho do técnico Dunga. De bom, só o voluntarismo do time de se lança ao ataque no final.
Os resultados colocam sérias dúvidas sobre a validade de manter Dunga no time brasileiro. A questão é quem tomaria uma decisão se ele deveria ou não ser trocado. Na CBF, o presidente em exercício Coronel Nunes não é capaz de tomar nenhuma decisão sozinho. E o dirigente afastado Marco Polo Del Nero não deveria interferir se for levada em conta a legalidade.
Então quem analisa o trabalho que começou com os volantes Fernandinho e Luiz Gustavo sem ter ideia de como sair a bola? O controle da bola era, portanto, do Paraguai. O time paraguaio tem uma jogada básica: a bola lançada na área. Pois, os brasileiros cansavam de dar escanteios, faltas perto da área e espaço nas laterais. Até tomar o primeiro gol após várias intervenções de Allison para evitá-lo.
Na frente, o time de Dunga se limitava aos dribles e articulações solitários de William. E lá se foi um primeito tempo tão pobre quanto a segunda etapa diante do Uruguai.
Na volta, o veterano Roque Santa Cruz, lento quando novo e agora ainda mais, girou no meio de três defensores brasileiros para iniciar a jogada que resultou em gol de Benítez. Por duas vezes, o Paraguai foi capaz de chegar pelo chão na aberta defesa brasileira.
A síndrome de time pequeno do Paraguai o levou a recuar diante de uma seleção perdida. Entrincheirou-se com dez jogadores, exceção de Santa Cruz.
E Dunga, desesperado, lançou seu time à frente com Hulk, Lucas Lima e Jonas. Quando estava em campo, Ricardo Oliveira completou para o gol um chute forte de Hulk e diminuiu. No finzinho, uma boa jogada de William deixou Daniel Alves livre para colocar no canto.
Está claro que, pelo que foi apresentado até aqui, o empate não redime o trabalho de Dunga. Tem jogadores de elite europeia, ainda que não seja uma geração brilhante, e não é capaz de montar um time com um mínimo de padrão. Agora, teremos Copa América, eliminatórias, Olimpíadas. Resta saber se o Brasil seguirá com um comandante que não consegue encontrar um rumo.
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