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Rodrigo Mattos

De volta ao holofote, Maracanã tem reparo adiado e futuro é incógnita

rodrigomattos

14/04/2016 06h00

Com Guilherme Costa

De novo o centro das atenções de uma competição mundial, o Maracanã tornou-se uma incógnita sobre seu futuro após a decisão da Odebrecht de abandonar sua gestão. Alguns reparos que deveriam ser feitos na cobertura do estádio ficaram para depois da Olimpíada. E há preocupação entre pessoas ligadas à organização dos Jogos sobre o estado de conservação da arena. Isso tudo fora a indefinição sobre o futuro.

Nesta quinta-feira, será realizado o sorteio do torneio olímpico de futebol no Maracanã. A previsão é da presença de autoridades e celebridades do esporte no palco. É a volta do futebol, ainda que fora do campo, após quatro meses.

Decidida a abandonar o Maracanã, a Odebrecht reduziu sua equipe a oito pessoas no final do ano passado  parou de realizar jogos. Havia empresas contratadas para fazer serviços terceirizados de manutenção do estádio, mas não se sabe se tudo foi feito visto que havia contenção de despesas. Estima-se que o custo anual para esse tópico era de R$ 50 milhões.

Há reparos a serem feitos na cobertura em problemas causados por fogos de artifício durante a Copa do Mundo. Esses consertos não ocorreram até agora. Seu valor gira em torno de R$ 10 milhões.

"A reforma ficou para depois da Olimpíada. A Concessionária já acionou o seguro que pagou o dinheiro à Odebrecht. Agora, falta a Odebrecht realizar a obra de reparo. Mas o COI pediu que as obras fossem feitas depois porque haverá muitas intervenções no teto", explicou o secretario da Casa Civil do Estado do Rio de Janeiro, Leonardo Espíndola.

O governo do Estado do Rio diz estar tranquilo em relação à manutenção do estádio. Segundo Espíndola, a Concessionária entregou um relatório detalhado sobre as condições da parte elétrica, e todo a infraestrutura do estádio. Não foi possível ouvir a Odebrecht sobre o tema.

A partir de março, o Comitê Rio-2016 assumiu o estádio e contratou a empresa Binário, a mesma que prestava serviços para a Odebrecht, para fazer a manutenção do estádio. O organismo não se mostrou preocupado com o estado do Maracanã, e informou que a questão do teto não afetará os Jogos.

Mas o blog ouviu de pessoa ligada à organização do torneio de futebol olímpico de que há, sim, preocupação com as condições da arena. Há informações sobre falta de pessoal no local, e não se sabe o estado interno do estádio. Recentemente, foram encontrados bichos mortos nas dependências do local.

Mais do que isso, o governo do Estado tem que resolver a questão da gestão do Maracanã após a Olimpíada para impedir a deterioração. Espíndola diz ter outros problemas urgentes do Estado no momento, mas que pretende solucionar a pendência antes do final da Olimpíada. O Flamengo anunciou que não continuará a jogar no Maracanã se não for ouvido sobre nova concorrência.

"Já conversamos com Flamengo e Fluminense sobre o assunto. Pedimos um pouco de paciência porque houve a questão do governador (doença de Luiz Fernando Pezão). Vamos voltar a falar com os clubes", completou Espíndola.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.