Bancada da bola divide-se em votação de impeachment de Dilma
A bancada de deputados ligados à bola se dividiu na votação da admissão do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Houve quase igualdade de votos para levar o caso para o Senado Federal e que rejeitavam a denúncia.
O blog analisou nove deputados que são notoriamente ligados a clubes, à CBF ou ao lobby de dirigentes. Na lista, cinco votaram em favor de aceitar o impeachment e quatro contra. Uma divisão bem mais equilibrada do que a votação final. Isso mostra como a bancada da bola permeia vários partidos do Congresso.
O deputado mais atuante da bancada da bola no processo de impeachment foi Jovair Arantes (PTB-GO), relator da acusação contra a presidente. Em seu relatório, ele condenou Dilma por supostas manobras fiscais irregulares que configurariam crime de responsabilidade.
Ironicamente, o próprio Jovair, como vice-presidente, foi um dos responsáveis por gestões desastrosas no Atlético-GO com seguidos déficits. Não por acaso ele tentou enfiar uma gambiarra na Lei do Profut para amenizar a responsabilidade de dirigentes por problemas fiscais, justamente o que ele cobrava de Dilma no governo. Jovair, óbvio, votou a favor de dar sequência ao processo contra a presidente.
Entre os deputados ligados à CBF, também houve divisão. Sócio do presidente da entidade Marco Polo Del Nero, Vicente Cândido (PT-SP) votou contra o impeachment. Foi a mesma posição adotada por José Rocha (PR-BA) que já teve diversas campanhas financiadas pela confederação e ajudou a enterrar uma CPI contra a entidade.
Já o diretor de ética e transparência da CBF, Marcelo Aro, votou a favor de aceitar o processo de impeachment, mesma posição de Marcus Vicente (PP-ES), que é vice-presidente da CBF e chegou a substituir Del Nero. Outros favoráveis foram Evandro Roman (PSD-PR) que é ex-árbitro e tem participação ativa na política da Federação Paranaense, e o ex-jogador Deley (PTB-RJ).
Por fim, foi contra o impeachment o ex-presidente do Corinthians, Andres Sanchez (PT-SP), o que era esperado visto sua proximidade com o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.
Entre os ex-ministros do Esporte, tanto Orlando Silva (PCdoB-SP) quanto George Hilton (PRB-MG) foram contra a continuidade do processo para saída da presidente Dilma.
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