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Rodrigo Mattos

Concorrência de TVs por Brasileiro gera R$ 500 mi extras para clubes

rodrigomattos

24/04/2016 06h00

A concorrência entre o Esporte Interativo e a Globo pela TV Fechada gerou um aumento de cerca de R$ 500 milhões na receita total dos clubes com direitos de transmissão do Brasileiro a partir de 2019. Esse valor foi calculado a partir do dinheiro pago pela Turner, o aumento das propostas globais e as luvas aos times.

No final do ano passado, a Globo propôs para os clubes a renovação dos contratos de todas as mídias do Brasileiro a partir de 2019. Os números apresentados, no entanto, decepcionaram dirigentes. Era oferecido um corte entre 20% e 25% nos valores do atual acordo, dependendo dos clubes. Isso considerando, óbvio, a inflação até lá.

A proposta da Globo girava em torno de R$ 900 milhões pela TV Fechada e Aberta, sendo apenas R$ 60 milhões pelos jogos na Sportv. Havia ainda cerca de R$ 600 milhões mínimos pelo pay-per-view. Boa parte dos clubes recusou, mas alguns deles como Corinthians, Vasco e Botafogo aceitaram de olho em adiantamentos.

Então, em dezembro, o Esporte Interativo começou a procurar clubes para fazer uma oferta de R$ 550 milhões por 20 times na TV Fechada, o que representava nove vezes o valor da Globo. Conseguiu atrair times para negociações e fechou com 15 deles – há dois, Figueirense e Santa Cruz, incertos pois parece terem assinado mais de um acordo.

Considerado o valor proporcional – já que o canal espera ter 8 clubes no mínimo na Série A -, sua entrada representou R$ 225 milhões por ano para os clubes.

Além disso, a Globo foi obrigada a rever a sua proposta inicial. Aumentou o valor a ser pago pela TV Fechada e Aberta para R$ 1,1 bilhão. Ou seja, houve um acréscimo de R$ 200 milhões no pacote inteiro para os clubes.

Por fim, a disputa entre os dois canais obrigou ambos a oferecer luvas em vez de adiantamentos aos clubes. Os valores variaram de R$ 40 milhões até R$ 120 milhões dependendo do time. É difícil calcular o valor exato de todas as luvas, mas a ordem de grandeza é entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. Ou seja, são em torno de R$ 100 milhões a mais por ano considerando que os contratos são de seis anos.

O pay.per-view deve permanecer inalterado, embora clubes como Flamengo tenha obtido garantia de um percentual mínimo.

Somados todos os valores, o Brasileiro passou a valer para os clubes cerca de R$ 500 milhões por ano a mais do que a oferta inicial da Globo. Ou seja, todos os seus direitos, consideradas as suas emissoras, atingiram um montante em torno de R$ 2 bilhões. Antes, valeriam R$ 1,5 bilhão.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.