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Rodrigo Mattos

De saída do Maracanã, Odebrecht é credora de R$ 55 mi de Fla e Bota

rodrigomattos

29/04/2016 06h00

Em negociação para sair do Maracanã, a Odebrecht terá de acertar pendências de Flamengo e Botafogo. No total, a construtora é credora de R$ 55 milhões dos dois clubes por conta de adiantamentos de bilheteria, segundo seus balanços. O débito pode ser repassado ao novo operador do estádio.

O caso do Botafogo é mais complexo do que o do rival. O clube registra uma dívida de R$ 28,8 milhões com a construtora. E as garantias desse dinheiro são receitas futuras de jogadores, e rendas do Engenhão, incluindo uma possível venda dos naming rights do estádio.

"Esse contrato de empréstimo, assim como outros, está sendo investigado dentro do clube. O contrato não passou por todos os poderes do clube como deveria. Auditores vão avaliar o caso. Não queremos fazer essa discussão ainda neste momento que a Odebrecht passa por dificuldades", contou o presidente do Botafogo, Carlos Eduardo Pereira.

No caso do Flamengo, o débito é de R$ 26 milhões com juros de CDI por ano. Há previsão no clube de quitação até o final do ano, data em que vence o contrato. Mas isso dificilmente ocorrerá por meio de bilheterias já que estádio está fechado para a Olimpíada.

Dentro da Odebrecht, algumas medidas serão analisadas para lidar com esse crédito. Uma alternativa é repassar esse crédito para o futuro gestor do Maracanã como parte da negociação. Uma segunda opção é manter a dívida com a OPI, empresa da construtora responsável pela concessão do Maracanã. Isso se os clubes não tiverem condições de quitar os compromissos neste ano.

A parceria do Botafogo com a Odebrecht no Engenhão, que chegou a ser estudada, está descartada. A construtora não tem interesse de entrar na operação de outro estádio, e está se desfazendo de ativos.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.