Santos chega à final quando sua renda é bem inferior a rivais da capital
O Santos consegue um feito ao chegar à final o Paulista diante da disparidade financeira para os outros grandes times de São Paulo. É o que revela uma análise dos números financeiros de 2015 dos times, divulgados nesta semana. A receita santista é praticamente metade das rendas de São Paulo e Palmeiras. O clube ainda ganha 75% a menos do que o Corinthians.
Essa realidade financeira dura é enfrentada pelo Santos desde a saída de Neymar, quando sua arrecadação com patrocínios caiu. Depois, ocorreu o mesmo com a venda de jogadores. No lugar das receitas, sobraram débitos e déficit. Os rivais também têm rombos, mas têm maior capacidade de cobri-los.
O Santos fechou 2015 com receita de R$ 170 milhões, praticamente o mesmo número de 2014. Já o Palmeiras somou R$ 350 milhões; o São Paulo, R$ 331 milhões, e o Corinthians, R$ 298 milhões. Lembre-se que os corintianos ficaram sem a bilheteria que os igualaria aos rivais. Essa enorme disparidade para os santistas se consolidou nos últimos dois anos.
A diferença se explica porque a televisão tornou-se a única fonte de receita significativa para o Santos. No total, são R$ 86 milhões, mais da metade do total. A arrecadação com negociação de jogadores, que costumava equilibrar o cofre, ficou em apenas R$ 11 milhões no ano passado, um quarto de 2014. Houve queda também em publicidade, que fechou em apenas R$ 22 milhões.
O patamar de receita do Santos está abaixo da maioria dos grandes clubes do Brasil, salvo exemplos como Botafogo e Vasco. Com isso, só as despesas com o futebol foram suficientes para superar o dinheiro ganho pelo Santos. Por isso, o déficit de R$ 78 milhões.
E, para 2016, o cenário não é otimista. Só em compromissos a serem quitados neste ano somam-se R$ 161 milhões, praticamente a receita do clube. A dívida líquida é de R$ 410 milhões, duas vezes e meia a receita do Santos. Por isso, a diretoria da agremiação tenta um equilíbrio financeiro para se manter em atividade, como dizem os auditores das contas.
"A continuidade das atividades do Clube depende do sucesso dessas medidas. As demonstrações financeiras não incluem nenhum ajuste relativo à recuperação e classificação de ativos ou aos valores e à classificação de passivos, que seriam requeridos na impossibilidade do Clube continuar exercendo suas atividades", diz o balanço santista.
Há portanto um mérito da diretoria do Santos de ter reduzido o impacto destes problemas financeiro no campo. Afinal, chega à segunda final seguida do Paulista (são oito no total), fora uma decisão da Copa do Brasil.
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