No último dia, Dilma libera R$ 150 mi para esporte olímpico após os Jogos
No dia em que era votado seu impeachment, quarta-feira, o governo da presidente da República, Dilma Rousseff, liberou R$ 150 milhões para projetos de apoio ao esporte olímpico. Oficialmente, os recursos serviriam também para a Olimpíada, mas o próprio Ministério do Esporte reconhece que o objetivo é atender o setor depois dos Jogos.
Pelo procedimento padrão, o Ministério do Esporte divulga chamadas públicas para que confederações olímpicas possam apresentar pedidos de recursos por meio de projetos. Além de estatais e da Lei Piva, esse é o canal de verbas governamentais para os esportes olímpicos.
Pois bem, nesta chamada cujo gasto máximo será R$ 150 milhões, há duas justificativas para projetos serem aceitos: preparação de atletas em geral, que inclui diversos itens; e despesas com custeio, organização e treinamentos para os Jogos Olímpicos do Rio-2016. Aí entra a questão dos prazos, já que a publicação definitiva dos programas aceitos na primeira etapa ocorreria no dia 29 de julho, uma semana antes dos Jogos.
"Trata-se de uma questão administrativa orçamentária. O edital menciona preparação para o Rio 2016 porque a rubrica orçamentária da qual sairão os recursos tem essa designação. E o objeto do edital precisa ter correspondência com a rubrica. O objetivo do edital é aproveitar e potencializar o legado olímpico, formação e preparação para Tóquio 2020", explicou a assessoria da pasta.
O ex-ministro do Esporte Ricardo Leyser informara que pretendia manter a mesma verba atual para o esporte de elite depois da Olimpíada. A última chamada pública de projetos ocorrera em 2013. Por isso, as confederações olímpicas se preparam para usar o dinheiro para programas após os Jogos.
"Todos os nossos projetos das seleções olímpicas já estão prontos. Isso não vai afetar", contou o presidente da Confederação Brasileira de Handebol, Manoel Oliveira. "Vamos usar para as seleções de base."
Mesma posição teve o presidente da Confederação Brasileira de Tênis de Mesa, Alaor Azevedo, que já tinha conversado com o Ministério do Esporte sobre o tema. "Na conversa que tivemos (com o Ministério), era para depois dos Jogos", disse o dirigente.
Segundo Azevedo, houve demora na publicação da chamada pública dos projetos por alterações na lei para convênio. Isso obrigou o Ministério do Esporte a fazer adaptações na sua chamada pública.
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