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Rodrigo Mattos

Um São Paulo que virou competitivo, e um Galo que se perdeu com Aguirre

rodrigomattos

18/05/2016 23h43

No início de temporada, o Atlético-MG era o time com a base vice-campeão brasileira e que tinha recebido reforços do quilate de Robinho: um dos favoritos para a temporada. O São Paulo era um time que não inspirava nenhuma confiança em sua torcida, no qual a vaga na Libertadores parecia um acaso. Passados quatro meses e meio, o time paulista superou o mineiro muito pelo trabalho dos seus dois técnicos.

Apesar dos tropeços iniciais, Edgardo Bauza foi, com bastante paciência, encontrar o padrão perdido de seu time. Com ele, Ganso floresceu, Michel Bastos ressurgiu, e os reforços Calleri e Maicon se encaixaram. Um time certinho: marcava forte até na frente e recuperava a pressão no Morumbi vista em outros tempos.

Do seu lado, o Galo de 2015 tinha uma equipe vertical em casa, mas com falta de consistência defensiva. O estilo veloz era a grande virtude. Pois Aguirre preferiu privilegiar a força física em vez dos jogadores técnicos que tinha. No primeiro jogo, só usou Robinho e Pratto, preterindo atletas como Cazares.

Foi assim que teve que recuperar o placar em casa. Saiu-se bem com a ajuda da pressão da torcida, com a volta de Cazares e com um adversário desnorteado e ainda refém de seus defeitos defensivos, Dênis e Rodrigo Caio, principalmente. Pronto: dois gols em menos de 15 minutos.

Se parecia perdido, o São Paulo se achou no gol de Maicon no escanteio, em falha de Victor. Terminava a pressão inicial com placar que lhe dava vaga. Era bastante para o que ocorrera no início. E o jogo se normalizou: era bom, mas o ritmo não era mais alucinante. Chances dos dois lados, bola na trave, mas o placar se mantinha.

O segundo tempo veio com as substituições de Aguirre, entre elas a entrada de Carlos Eduardo, jogador notoriamente frio. Por incrível que pareça, seu técnico segurou o ímpeto do time. Sobrava a iniciativa de Cazares, o renegado, que criava as melhores chances.

E o São Paulo soube enfrentar o sufoco, soube se defender e até tocar a bola na metade final do segundo tempo. Não ameaçava o Galo, é verdade, mas continha o rival que melhor joga em seus domínios. E assim foi até o final enquanto o time mineiro lançava bolas na área, uma atrás da outra.

Não há dúvidas que o trabalho dos dois técnicos teve peso considerável nesta classificação são-paulina às semifinais da Libertadores.

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.