Topo

Rodrigo Mattos

Sete fatos que explicam por que não há favorito no Brasileiro-2016

rodrigomattos

23/05/2016 06h00

É um clichê dizer que o Brasileiro é um campeonato imprevisível em que qualquer um pode conquista-lo. É uma meia verdade, mas é fato que a competição é bem mais equilibrada que as ligas europeias. E, na edição de 2016, acentuou-se ainda mais esse nivelamento neste início, deixando a sem favorito.

Como mostrado pelo blog do PVC, há 13 anos o campeonato não terminada a segunda rodada sem  nenhum time com seis pontos. Claro que esse é um quadro inicial e podem haver modificações durante o percurso: um elenco/time pode encaixar e se distanciar. Mas, no momento, isso não parece ser a maior probabilidade. E há alguns fatores que explicam por que não há um favorito no Brasileiro.

E por que o meia verdade escrito lá em cima? Embora não exista um favorito, dificilmente o título deixará de ficar nas mãos dos 11 maiores clubes do país, talvez o Botafogo possa ser excluído desse grupo. Desde 2003, nos pontos corridos, foi sempre um dos grandes que ganhou o Nacional.

Bem, então, vamos elencar algumas explicações para a falta de favorito do Brasileiro:

1. Desmonte de equipe por falta de recursos: Foi o que ocorreu com o Corinthians, campeão do ano passado. Isso obrigou o técnico Tite a remontar a equipe, o que está claro que demandará mais tempo do que esperavam os corintianos.

2. Troca de técnicos constantes já no início de temporada: Até agora, Palmeiras, Fluminense, Atlético-MG e Cruzeiro já trocaram de técnicos pelos maus resultados no início da temporada. É possível que ocorra também com o Flamengo. Isso significa que o estilo do novo treinador será imposto com o Brasileiro em curso, o dificulta saber até onde podem ir esses times.

3. Danos provocados pela seleção e pela janela de transferência: Campeão Paulista, o Santos foi destroçado pelas convocações da CBF e pode perder jogadores para o exterior. Outros clubes como o Corinthians e Atlético-MG também têm jogadores visados.

5. Foco na Libertadores: O São Paulo é um time que cresceu na temporada, embora esteja longe de ser regular para um campeonato de grande fôlego. Apesar da parada da Libertadores, está claro que sua prioridade é o torneio continental, o que afetará sua campanha.

6. Não há dinheiro de sobra: Houve clubes que investiram bem na temporada como Flamengo, Palmeiras, Atlético-MG e Fluminense. Ainda assim, os seus gastos giram no máximo no patamar de R$ 30 milhões cada, muito inferiores aos estrangeiros e europeus. Dá para montar bons times se bem gasto, mas nunca para sobrar na temporada.

7. Calendário apertado: Como já mostrado pelo blog, os times jogam com intervalos mínimos, o que os impede desempenhos 100% em toda temporada. Isso é outro fator para nivelar o campeonato.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.