Código de ética da CBF deve afetar relação Nobre e Palmeiras. Cartola nega
Em gestação final, o novo Código de Ética da CBF veta relação de conflito de interesses entre dirigentes e seu próprio clube, o que inclui possuir direitos sobre jogadores. Isso potencialmente afeta a relação entre o presidente do Palmeiras, Paulo Nobre, e o seu time. Mas o dirigente entende que a legislação não interfere nas suas operações financeiras para ajudar o alviverde.
O código de ética da CBF foi elaborado dentro do pacotes de reformas da entidade: baseia-se em regras do mundo corporativo. No meio da discussão, o comitê da entidade decidiu que o texto seria abrangente para todo o futebol, não só a confederação. O documento já está pronto, mas passa por ajustes de redação antes de ser votado na assembleia da entidade.
O texto tem um capítulo relacionado ao conflito de interesses. Diz o documento: "Um conflito de interesses pode surgir se as pessoas vinculadas a este Código tiverem, ou derem a impressão de ter, interesses particulares ou pessoais que prejudiquem a sua capacidade de exercer as suas funções com integridade, de forma independente, íntegra e resoluta."
Em seguida, outro artigo cita exemplo de conflito de interesses: "Possuir participação em direitos de atletas, clubes, empresas, ativos e bens que possam ter vantagem, contratos ou valorização direta ou indireta através da CBF."
Um jurista que participou do comitê de reformas confirmou que é claro que o código impedirá que dirigentes tenham direitos sobre jogadores. Outro membro do grupo diz que os artigos se aplicam a todos os cartolas de futebol. Ainda podem ser feitas modificações no texto antes deste ser votado.
Criado para parcelar o pagamento da dívida de Nobre com o Palmeiras, o FIDIC – Fundos Creditórios Academia Esportiva – tinha direitos sobre os jogadores Leandro, Mendieta, Tobio, Mouche, Alione e Cristaldo até o final do ano. Agora, Cristaldo será negociado e Nobre ficará com a maior parte do dinheiro para ser ressarcido – não terá lucro.
Além disso, pelo regulamento de transferências da CBF, o dirigente ou qualquer outro terceiro não pode ter direitos sobre jogadores. Mas, como os contratos eram anteriores à norma, são válidos até serem encerrados.
Nobre entende que as normas da CBF não impedem sua ajuda ao Palmeiras. "A minha relação não fere e nem contraria a intenção do legislador, tampouco a determinação da FIFA", disse o cartola, por meio de assessoria. Em seguida, explicou por que não vê conflito na relação e a natureza de sua colaboração financeira com o clube. Veja sua posição completa:
"Não vejo qualquer tipo de conflito, uma vez que empresto dinheiro ao clube para ele poder fazer jus a contratações que o tornem mais competitivo. A única vantagem que eu levo é a satisfação de ver o Palmeiras forte, disputando títulos e sendo protagonista no âmbito nacional e internacional."
"Sempre trabalho conforme as regras vigentes. Só mudo a minha conduta se as leis que regulam o assunto assim determinarem. Meu ganho financeiro vem dos meus negócios e não do futebol! Empresto recursos ao Palmeiras pelo prazer que isso me dá ao vê-lo forte, e meu retorno é emocional! Empresto dinheiro ao nível que o banco capta no mercado, e posso conseguir retornos muito maiores e mais seguros no mercado."
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