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Rodrigo Mattos

Ironia: Maicon é contratado por Libertadores, mas a torna quase impossível

rodrigomattos

07/07/2016 00h00

Verdade é que, em condições iguais, o Atlético Nacional é um time superior ao São Paulo: mais técnico e de mais recursos. Mas não há um desequilíbrio a ponto de impedir a equipe brasileira de almejar a classificação. O ponto determinante para a vitória colombiana foi a expulsão do zagueiro Maicon que abriu espaço para os dois gols.

E foi um cartão vermelho justo? O árbitro Mauro Migliano foi extremamente rigoroso ao expulsar o jogador por um empurrão na cabeça do rival. Foi um exagero, mas não um absurdo. Não há porque um atleta da sua experiência agredir deliberadamente Borja.

Isso ainda se torna mais bizarro ao se lembrar que a diretoria do São Paulo esticou ao máximo sua corda financeira para contratar Maicon ao pagar 6 milhões de euros por ele. Era uma aposta na Libertadores. O título na competição sul-americana poderia pagar sua contratação.

E, com a derrota em casa, esse sonho se tornou bem mais difícil. O cenário complicado já se desenhava quando os dois times tinham 11 jogadores em campo.

O São Paulo não repetiu a blitz de outras partidas, diante de um adversário bem fechado e que sabia sair tocando a bola para evitar a pressão. Sem Ganso, contundido, ninguém assumia o protagonismo na criação de jogadas são-paulinas, com Wesley, Ytalo e Michel Bastos, mal.

Com o primeiro tempo controlado, e vendo que o rival ameaçava pouco, o Nacional saiu para o jogo no segundo tempo. Criou três chances seguidas, uma delas salva no pés de Maicon e outra pela trave. O São Paulo quase abriu o placar na falha do zagueiro colombiano que deixou Michel Bastos na cara do gol. Armani salvou.

E aí veio a expulsão de Maicon. Com espaço, o Nacional mostrou porque o trabalho de Rueda é elogiado e seus jogadores são desejados por vários times do mundo. Um toque envolvente resultou na conclusão de Borja livre no vazio na zaga deixado pelo capitão.

Edgardo Bauza poderia ter posto Lugano para fechar o setor. E foi punido outra vez por isso quando Marlos deu um passe de calcanhar para Borja fazer o segundo gol. Duro será para o São Paulo enfrentar esse belo time de novo, fora de casa, sem seu capitão, e precisando fazer pelo menos dois gols para levar para os pênaltis.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.