Atraso do governo deixa brecha na segurança do acesso ao Parque Olímpico
O governo federal deixou para última hora a montagem da estrutura de segurança das instalações olímpicas e provoca brechas no controle do acesso aos locais. Primeiro, não há revista por raio-x ou detector no momento no Parque Olímpico. Segundo, foi contratada uma empresa de pequeno porte sem experiência na área para proteger as entradas – informação publicada primeiro pelo Wall Street Journal.
Essa falha do governamental ocorre justamente quando há uma preocupação com atos de terrorismo após o atentado em Nice, na França. O controle do acesso às instalações olímpicas é um dos pontos mais sensíveis da segurança pois evita a entrada de objetos não-permitidos nas instalações.
No momento, a segurança é feita por homens da Força Nacional que revistam na mão as bolsas dos visitantes no Parque Olímpico. Ao lado, uma máquina de raio-x parada não está funcionando. A instalação está aberta desde o início de julho.
Isso porque a Sesge (Secretaria Extraordinária para Segurança de Grandes Eventos) decidiu contratar uma empresa para cuidar da operação das revistas no Parque Olímpico apenas no dia de 30 de maio. O processo demorou um mês e a vencedora foi a Artel Recursos Humanos Eirelli, com sede em Santa Catarina. O Diário Oficial publicou que o contrato é de R$ 21 milhões. Até agora, o governo destinou R$ 17 milhões para a empresa.
O problema é que a Artel é uma empresa de pequeno porte – capital social de R$ 400 mil – e sem experiência aparente na área de segurança. Em seu site, a empresa catarinense se descreve como especializada em captar mão-de-obra terceirizada para picos de produção, isto é, eventos. E lista suas áreas de atuação: limpeza e conservação, telefonia, recepção, porteiro, zeladores, logística. Não há citação à especialização em segurança.
No edital de licitação, estava descrito que a contratação era para empresa "especializada na prestação de serviço para operação de equipamentos de inspeção eletrônica de pessoas, bagagens e cargas nas instalações olímpicas".
Membros da Força Nacional admitem que não era sua função revistar bolsas. Ainda não foram informados de quando o raio-x começa a operar, mas a estimativa é de que só aconteça no final da semana. Assim, o parque ficará aberto por cerca de 15 dias sem raio-x.
Em Londres, houve problema com a equipe de segurança privada contratada que não conseguiu fornecer pessoal suficiente como prometido. O exército britânico teve de cobrir a brecha e passou a cuidar do acesso às instalações olímpicas. Mas, mesmo assim, desde o início o Parque Olímpico operava com revista por raio-x na cidade europeia.
Na Copa do Mundo, quando foi fechado o perímetro de operação do Maracanã, também já operavam máquinas de raio-x para fazer a triagem dos visitantes.
O blog enviou perguntas à Sesge na segunda-feira sobre o atraso na licitação e a contratação da Artel, mas não recebeu respostas um dia depois.
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