Desmanche corintiano representa quase metade das vendas do Brasil em 2016
Sozinho, o Corinthians é responsável por quase metade do valor de vendas de jogadores do Brasil para o exterior em 2016. Isso porque o clube realizou negociações que somam R$ 170 milhões, segundo levantamento do blog. No total, a CBF divulgou que times brasileiros arrecadaram R$ 382,5 milhões com atletas que foram para o exterior até julho.
Para a soma das transações corintianas, foi considerado o valor bruto. Ou seja, o clube recebeu bem menos do que esse montante já que teve descontos de percentuais. Além disso, foi excluída a negociação de Jádson porque ocorreu em dezembro de 2015.
Algumas das transações como André, Elias e Bruno Henrique ocorreram após o levantamento da CBF, assim não estão no número da confederação. Consideradas apenas as transações até julho, o Corinthians representou 38% das negociações. Esse percentual deve subir quando a entidade divulgar o número final.
O desmanche corintiano é diretamente responsável pelo aumento no total arrecadado pelo Brasil com vendas para o exterior. Em 2015, até julho, foram R$ 306 milhões ganhos com jogadores negociados para fora, quase R$ 80 milhões a menos do que neste ano.
"O número de negociações foi parecido. O que pesou foram essas transferências mais altas para a China. Ainda não fizemos o comparativo", contou o diretor do departamento de registro da CBF, Reynaldo Buzzoni. "Os grandes clubes são responsáveis por quase 100% das transações para o exterior e também das compras internas."
De fato, não houve grande diferença no número de transferências, que passou de 32 para 36 de 2015 para 2016. O valor médio dela é que subiu, muito por causa da debandada corintiana para a China. O clube alvinegro paulista realizou 11 negociações para o exterior com recebimento de valores.
Como se percebe no caso do clube paulista, o fatiamento continua ser uma questão nas transações de clubes, um ano e meio depois de ser proibido pela Fifa. Segundo Buzzoni, são 2 mil contratos de clubes com os chamados TPOs (Third Party Ownership), ou seja, terceiras partes que detêm direitos sobre atletas. Eles valem até haver nova venda. "Notificamos os clubes para avisar em todos os casos. Entendemos que deve reduzir", analisou o diretor da CBF.
Outra questão que chama a atenção é o baixo valor das comissões de empresários, o que indica que podem haver pagamentos não registrados. Foram apenas R$ 3,750 milhões em comissões a agentes, menos de 1% das negociações para o exterior.
"A gente regulamentou no sistema, mas o clube que tem que botar que pagou. Acompanhamos e consultamos o clube se houver uma notícia de comissão que não foi registrada. Vai aumentar a transparência aos poucos. É uma mudança de cultura", contou o diretor da CBF.
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