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Rodrigo Mattos

Coutinho foi a peça que desequilibrou o jogo para a seleção

rodrigomattos

06/09/2016 23h49

O Brasil não ganhou da Colômbia por um acaso: apresentou mais qualidades do que o adversário durante toda a partida. Mas houve um momento em que os colombianos controlaram o time nacional e parecia que levariam um empate. Foi quando Philippe Coutinho entrou e desestruturou as linhas rivais.

Um jogador surpreendente só funciona, no entanto, em um time bem armado. E assim foi o Brasil na segunda partida sob o comando de Tite.

Desde o início, o time tinha a posse da bola e envolvia a Colômbia. Quando atacava, seus dois laterais subiam como armadores enquanto Casemiro ficava para compor uma linha de três defensores. O volante do Real Madrid, por sinal, foi um capítulo destacado do jogo: jantou James Rodriguez com desarmes precisos que o anularam.

O gol brasileiro antes de um minuto de jogo foi mais obra do acaso do que qualquer outra coisa. Sim, Tite sabe treinar bolas paradas, mas não é em uma semana que um time fica pronto neste quesito. Tanto que sofreu um gol lá atrás quando Marquinhos fez contra.

Jogo jogado, e o Brasil continuava melhor. Neymar, fora um ou outro destempero, ia muito bem, com dribles e passes que desequilibravam o jogo. Só errava quando ia mais para o meio. A seleção poderia ter saído em vantagem já no primeiro tempo.

Após o intervalo, a Colômbia se arrumou com a entrada de Cuadrado pela direita que matou a principal jogada brasileira com Marcelo. Era um dos principais armadores do time, pois Daniel Alves não ia tão bem pelo outro lado.

Coube a Tite achar outra solução quando o Brasil estava travado. E a alternativa certa foi Coutinho no lugar de Willian, com Giuliano por Paulinho. O jogador do Liverpool mudou o ritmo de jogo: desestruturou o esquema defensivo colombiano.

Foi em uma jogada sua que a defesa rival afastou, o ataque brasileiro pressionou e o mesmo Coutinho enfiou a bola para Neymar bater seco de canhota para o gol. Esse não era um gol de acaso. Era de um time que tocava a bola e pressionava a saída do rival.

Dois jogos, duas vitórias. Mais do que isso, Tite parece ter achado um caminho para seu time que jogou bem as duas partidas, ofensivo, com toque de bola, com pressão imediata sobre o rival quando a perde. E capaz de ter um craque como Neymar e um jogador para mudar seu ritmo como Coutinho.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.