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Rodrigo Mattos

Corinthians diz que impeachment atrasou negociação de dívida da arena

rodrigomattos

15/09/2016 11h43

O Corinthians parou de pagar as parcelas de sua dívida do empréstimo do BNDES por estar em uma negociação para adiar o débito e por falta de recursos. O problema é que as conversas com a Caixa Econômica Federal e o BNDES já duram seis meses sem uma solução. Segundo o clube, a troca de governo com o impeachment de Dilma Rousseff e a entrada de Michel Temer atrasou a questão.

A diretoria do Corinthians parou de pagar a parte principal de sua dívida em abril: eram R$ 5,7 milhões por mês. Sua alegação era de que tem direito a um prazo maior para começar a quitar o débito – mais 19 meses – porque essas foram as condições de outros estádios com o BNDES. Enquanto isso, como banco garantidor, a Caixa paga as parcelas pra o clube alvinegro.

"Continuamos a negociação. A questão é que com a mudança de governo troca diretor da Caixa, do BNDES. Aí vai para reunião e tem que começar do zero. Vamos ter que esperar mais um pouco", contou o diretor de finanças do Corinthians, Emerson Piovesan. "Estamos nos esforçando para resolver. Acho que até o próximo mês."

Com o impeachment, a presidência da Caixa foi trocada assumindo Gilberto Orchi no lugar de Miriam Belchior. No BNDES, saiu Luciano Coutinho e entrou Maria Silvia Bastos Marques. O homem-forte da arena corintiana, Andrés Sanchez, é deputado pelo PT, partido da ex-presidente Dilma Rousseff.

"Foi em comum acordo (parar de pagar). Estamos pagando os juros, e não o principal, enquanto corre esse pleito", explicou Piovezan. A Caixa Econômica se recusou a comentar a negociação alegando que as informações são protegidas por sigilo bancário.

O problema do Corinthians é que o estádio, hoje, não gera renda suficiente para pagar os mais de R$ 60 milhões anuais do empréstimo do BNDES. Pelo balancete, foram ganhos R$ 45,5 milhões no primeiro semestre de 2016, um aumento de 10% em relação a 2015. Mas há gastos com operações de jogo, manutenção do estádio e do fundo e o que sobra não dá para pagar as parcelas.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.