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Rodrigo Mattos

Fla mostra mais bola, e Palmeiras tem o jogador mais decisivo

rodrigomattos

15/09/2016 00h12

A final antecipada não seria decisiva. A tantas rodadas do fim, o confronto entre Palmeiras e Flamengo não definiria o Brasileiro. Dito isso, o time alviverde e o rubro-negro têm ambos motivos para lamentar o resultado no final. Para o futuro, a atuação da equipe carioca é mais promissora que a paulista.

O primeiro tempo foi equilibrado como se fosse uma decisão de mata-mata. Nervoso, disputado jogada a jogada. O Flamengo estava melhor no início, e o Palmeiras equilibrou a partida em seguida, exercendo pressão com volume de jogo… e muita bola alta na área.

Em uma partida pau a pau, o árbitro Andre Luis Castro começou a se destacar, negativamente. Errou em falhas pequenas, como ignorar uma simulação de Gabriel Jesus de sofrer um tapa de Pará – depois, ele tomou um cartão por reclamação que seria o segundo. Mas não interferia no jogo.

Até que ele expulsou Márcio Araújo ao dar amarelo por uma falta comum. Se fosse rigoroso o jogo inteiro, vá lá. Mas não foi o que se viu em cotoveladas, simulações não punidas. Ressalte-se que Márcio Araújo se colocou em risco por três faltas seguidas.

Pois bem, feitas as críticas ao árbitro, o primeiro tempo teve a melhor chance em Gabriel Jesus que ganhou a bola de Rever e só não fez o gol por uma intervenção excelente de Alex Muralha.

Após o intervalo, era outro jogo com o Flamengo com um a menos. O técnico Zé Ricardo escolheu tirar Diego no primeiro tempo e botar Cuellár. Optava por duas linhas de quatro para se defender só com Leandro Damião na frente. E abria mão de ter um jogador para controlar o jogo.

Do outro lado, o técnico Cuca botou Lucas Barrios no lugar do volante Gabriel. Passou a apostar basicamente em bolas pelo lado, quase sempre pelo alto. Abrir o jogo é o certo. Mas se limitar ao chuveirinho é bem pobre para um time líder do campeonato.

O Flamengo se defendia bem nas suas duas linhas, e o Palmeiras só tinha chances neste abafa de bolas por cima. Mas o time rubro-negro não tinha saída de contra-ataque e, em 45 minutos, seria difícil segurar. Zé Ricardo percebeu o erro inicial e botou Allan Patrick para ter algum controle do jogo. No primeiro lance em campo, ele fez o gol após passe de Éverton que o deixou na cara do gol.

O jogo ficou dramático para o Palmeiras, e Cuca, óbvio, botou todo o time para cima. Constatado o problema, apostou na armação de Cleiton Xavier e pontas abertos. Não funcionava. Só que conseguiu o gol de empate graças ao talento de seu melhor jogador Gabriel Jesus. Em uma bola de rebote, ele cortou para o meio e deu bela batida que foi na trave e entrou.

Faltando poucos minutos, o time alviverde poderia ter virado, de novo, em bolas altas. Aos rubro-negros, restava se segurar. E assim ficou. Ao Flamengo, dá para se lamentar por ter mostrado mais bola e por ter um jogador expulso. Ao Palmeiras, lamenta-se a má atuação e a perda de oportunidade de se distanciar do rival em jogo em casa.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.