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Rodrigo Mattos

Palmeiras-2016 se aproxima do desempenho de seu título de 1994

rodrigomattos

21/11/2016 11h19

Ao vencer o Botafogo, o Palmeiras chegou aos 74 pontos, e tornou o título brasileiro praticamente uma certeza. Nunca nenhum time que atingiu essa pontuação deixou de conquistar o Nacional de pontos corridos no atual formato com 20 equipes. Basta um ponto para o alviverde formalizar sua taça.

Essa provável conquista antecipada vem em uma campanha que se ensaia acima da média para os líderes do Brasileiro. Sim, o time ficará abaixo do Corinthians-2015, mas ainda pode igualar o Cruzeiro-2014, segundo melhor desempenho de um campeão. A duas rodadas do final, já superou três campeões.

Mais relevante é notar que o atual Palmeiras pode chegar bem perto do rendimento do time campeão em 1994. Não se está aqui discutindo exuberância de futebol: aquela equipe era um esquadrão com Edmundo, Evair, Rivaldo, Mazinho, e grande elenco. Era superior ao alviverde de 2016.

Mas, em pontuação, a distância não é tão grande. Aquele Palmeiras conseguiu 70,96% dos pontos que disputou, considerado o critério atual de três por vitória (aquele foi o último Brasileiro em que o triunfo valia dois pontos). O time atual tem 68,5% de rendimento. Se ganhar os dois últimos jogos, salta para 70,17%, quase igual ao do último título. Se obtiver pelo menos uma vitória, fica só a 3% de diferença.

Pelo número de gols, como previsto, o poderio ofensivo daquele time era maior com 1,87 gol de média, enquanto o atual tem 1,63 gol por jogo. Em número absoluto, o Palmeiras-2016 fez um gol a mais: 59 contra 58. Mas a defesa palmeirense de 2016 é mais eficiente: só sofreu 0,86 gol por partida, enquanto a do último campeão tinha 0,96 gol.

Naquela época, o futebol brasileiro ainda mantinha em seus gramados os seus maiores craques por mais tempo, o que possibilitou ao Palmeiras/Parmalat formar um timaço. O desempenho do time de 1993, por exemplo, é inigualável com 78,8% dos pontos. Massacrava rivais.

Sem essa fartura de craques, o técnico Cuca soube aproveitar um elenco recheado de bons jogadores (Dudu, Moisés, Mina, Tchê Tchê), e um craque, Gabriel Jesus. Assim, criou um time quase tão eficiente quanto aquele esquadrão.

PS Uma ressalva é necessária: o Palmeiras de 1994 teve uma queda de desempenho no segundo turno da segunda fase (ou 3a fase) quando já estava classificado para as quartas-de-final por vencer o turno anterior. Bizarrices do regulamento da época.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.