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Rodrigo Mattos

O que irritou a Chape na "ajuda" de rivais na negociação por reforços

rodrigomattos

21/12/2016 05h00

Nem todas as promessas de ajuda dos grandes times brasileiros à Chapecoense se transformaram em auxílio real para o time catarinense como já explicitado pelo técnico Vagner Mancini. No geral, a reclamação de cartolas do time catarinense é que em boa parte das vezes dirigentes rivais os trataram como qualquer um no mercado, e não como um time afetado por uma tragédia. Na expressão de um envolvido nas conversas, querem fazer negócio, não ajudar.

Não é que dirigentes da Chapecoense têm pedido jogadores titulares ou craques de seus times. A maioria dos atletas reivindicados são reservas nos seus times. Mas, mesmo assim, enfrentam-se dificuldades.

Em contrapartida, os times oferecem jogadores caros que estão no seu elenco sem serem utilizados para tentar aliviar a folha salarial. Por exemplo, um atleta com salário de R$ 330 mil foi ofertado ao time catarinense. Nenhuma proposta de complemento salarial. O valor ficava muito acima do teto de R$ 100 mil válido até 2016 e por isso não se avançou na transação.

Outro problema foi a de oferta só de jogadores pouco interessantes. Foi o que ocorreu  no Grêmio. A Chapecoense demonstrou interesse em três atletas do time gaúcho, Bruno Grassi, Rafael Thyere e Jaílson. Todos eram reservas e foram três recusas. Em contrapartida, o tricolor enviou uma lista de atletas encostados no clube. Acabaram ficando com o volante Moisés.

Na quarta-feira, em Assunção, Romildo Bolzan Jr, do Grêmio, e Rui Costa, da Chape, conversaram para acertar os ponteiros após rusgas nesta negociação.

A diretoria do time catarinense fica contrariada porque alguns desses clubes que têm agido assim anunciaram com pompa que apoiariam a Chapecoense durante a comoção logo após a queda do avião. Depois, têm sido mais frios.

Há exceções: Cruzeiro, Atlético-MG, Atlético-PR, Palmeiras, São Paulo e Fluminense são clubes que têm ajudado a Chapecoense. Em menor escala, isso ocorre com o Flamengo, embora não tenha sido possível viabilizar nenhum jogador do time.

Apesar da contrariedade com outros, os membros da Chapecoense passaram a evitar críticas mais duras após a entrevista de Mancini. Mas não descartam expôr quem de fato ajudou na remontagem do time após a conclusão desse processo.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.