Como contrato longo de patrocínio deve elevar camisa do Fla a R$ 100 mi
Ao anunciar parceria com a Carabao, a diretoria do Flamengo firmou o contrato mais longo de patrocínio do Brasil. Isso deve proporcionar a elevação do valor do uniforme a R$ 100 milhões nas projeções dos dirigentes, dependendo do que for acertado com a Caixa Econômica. É um valor inédito no Brasil que ainda pode ser igualado ou ultrapassado pelo Palmeiras se houver renovação com reajuste com a Crefisa.
O orçamento do Flamengo para 2017 prevê R$ 70 milhões em patrocínio e publicidade. Desse total, R$ 32 milhões já foram acertados com os contratos com a Carabao, Yes, Tim e MRV. O acordo com a Caixa acabou em dezembro de 2016, mas está em negociação para um valor entre R$ 25 milhões e R$ 30 milhões. O restante é de propriedades que não são do uniforme.
Além disso, há o contrato com a Adidas cujo valor anual é de R$ 37 milhões, sendo R$ 10 milhões em material esportivo e o restante contabilizado em receitas diversas. Assim, a estimativa da diretoria é de uma renda entre R$ 95 milhões e R$ 105 milhões para a camisa.
"Estamos correndo atrás da meta. A meta deste ano é bem clara. Fizemos uma previsão com valor unificado. Não gostamos de abrir quanto pretendemos ganhar em cada item porque atrapalha a negociação", contou o vice-presidente de marketing do Flamengo, Daniel Orlean. Ele explicou que a previsão inclui o que está em negociação com a Caixa, embora não fale de valores neste caso.
Em sua previsão, o Flamengo também projetou ter R$ 100 milhões em patrocínios para 2016, mas não atingiu o valor porque alguns contratos não foram renovados. O orçamento prevê que deve fechar em R$ 84 milhões somados publicidade e contrato da Adidas. O valor final será próximo do que se conseguiu em 2014 e em 2015.
Ou seja, será de fato neste ano que o uniforme rubro-negro terá um salto de valor graças à marca de energético da Tailândia e a reajustes. A Carabao fechou por seis anos em contato iniciado por meio de agências publicitárias.
"A gente tem conversas com agências. Adquirimos credibilidade que não se tinha no futebol. Quando a empresa quis investir no futebol brasileiro, a maior marca era o Flamengo. Então, as agências trouxeram essa oportunidade", contou Orlean. "Negociamos por três meses. A empresa queria entrar no Brasil em 2017 e negociamos ao longo de dezembro. Fizemos até uma consultoria em outros campos como tributários para ajudar a entrar no país."
Um contrato de seis anos traz benefícios e riscos. Por exemplo, se a crise do Brasil se amenizar no período, a camisa rubro-negra pode se valorizar. Outra possibilidade é a Carabao não vingar seu projeto de ganhar mercado no país o que pode obrigá-la a rever a parceria. Ao mesmo tempo, seis anos dão segurança ao clube e se a empresa crescer suas vendas o Flamengo será beneficiado com um percentual das latinhas vendidas. Esses fatores foram considerados pela diretoria do clube.
"Não estamos preocupados porque o Flamengo tem outras propriedades para vender se o mercado crescer", explicou Orlean. "Nosso contrato foi bem firmado pelo jurídico. (…) Eles (Carabao) vieram para o Brasil como mercado de longo prazo. É um capital do exterior, já investiram em outras propriedades no futebol, naming rights de competição europeia, Chelsea, Reading. Não dependem tanto do Brasil. Podem enfrentar um percalço aqui no início."
O vice-presidente de marketing acredita no sucesso da Carabao no país, e disse que o clube participará ativamente da promoção dos produtos. E espera que a partir do segundo ano, com a logística mais estruturada, as vendas deslanchem.
Próximo do patamar do Flamengo, o Palmeiras teve um contrato de R$ 66 milhões com a Crefisa/FAM em 2016, mais R$ 19 milhões da Adidas. Neste valor, não está incluído um investimento extra da Crefisa em contratações. O contrato vence no final de janeiro, e há uma perspectiva de reajuste, mas tem que se resolver o conflito político com a dona da empresa Leila Pereira. Dependendo do que ocorrer, a camisa alviverde valerá mais ou menos do que a rubro-negra.
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