Corinthians já deve R$ 1,4 bilhão pela arena, mas pode questionar valor
A dívida do Corinthians pela construção da arena está em R$ 1,4 bilhão em valor presente (o atual sem considerar os juros futuros). O montante foi confirmado pelo blog com duas fontes envolvidas no negócio do estádio. Há, no entanto, uma corrente dentro da agremiação corintiana que defende um questionamento a esse total e ao seu pagamento integral.
O Corinthians ainda pode apelar para os CIDs (Certificados de Incentivo de Desenvolvimento), avaliados em R$ 450 milhões após os juros, para abatimento. Considerado esse valor como um ativo a ser realizado, a dívida líquida do clube ficaria em R$ 935 milhões. A Odebrecht e o clube ainda têm tido alguma dificuldade para negociar os títulos, mas, após uma primeira vitória na Justiça, acreditam que poderão vender todos.
A conta corintiana é dividida em quatro: empréstimo com o BNDES (R$ 450 milhões), debêntures emitidas pela Caixa Econômica em favor da Odebrecht (R$ 500 milhões), debêntures da própria empreiteira dadas como garantia (R$ 70 milhões) e o débito direto com a construtora (R$ 365 milhões). No total, o valor é de R$ 1,385 bilhão. Um outra fonte envolvida no negócio calculou em R$ 1,360 bilhão.
Até o momento o clube já pagou R$ 100 milhões do débito com dinheiro de bilheteria e do caixa próprio. Por isso, está sem receita de seus jogos.
Esse total da dívida é menor do que o calculado pela "Folha de S. Paulo" em julho de 2016 (R$ 1,64 bilhão) porque considera o valor presente, e não o que pode aumentar por conta dos juros futuros. Isso porque, no momento, é difícil saber exatamente o impacto dos juros já que há uma renegociação em curso do débito do BNDES, e há taxas diversas para outras partes da dívida.
Outro motivo de controvérsia é o questionamento se a construtora realizou todo o previsto em contrato. Por isso, há uma auditoria contratada pelo Corinthians em curso, assim como uma comissão no Conselho Deliberativo para estudar o caso.
A expectativa de corintianos dos corintianos é de chegar a um valor justo pela obra, que no total custou R$ 985 milhões – depois, juros inflaram o total. A previsão é de que em breve o Corinthians tenha um relatório da auditoria especificando se houve irregularidades e cobranças excessivas nos contratos com a construtora. A Odebrecht nega essa prática.
Por isso, alguns dirigentes corintiano defendem que o BNDES deve ser pago, mas que a construtora não merece receber todos valores devidos. Isso reduziria drasticamente o total que poderia cair para algo em torno de R$ 900 milhões, ainda com o desconto dos CIDs.
O problema é que todos esses montantes descritos são amarrados por contratos dentro do fundo e da empresa Arena Itaquera. Caso não sejam quitados, é bem possível que a disputa acabe na Justiça, a não ser que as partes cheguem a um acordo.
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