Topo

Rodrigo Mattos

Como o Galo vai tentar liberar o dinheiro de Pratto travado pelo Grêmio

rodrigomattos

15/02/2017 04h00

O Atlético-MG já traçou uma estratégia jurídica para tentar liberar o dinheiro da venda de Lucas Pratto ao São Paulo bloqueado judicialmente. A trava ocorreu por conta da dívida pela negociação do goleiro Victor em 2012. Agora, o Galo pretende usar o clube Labareda, de sua propriedade, para substituir a penhora e tentar abater o débito com alegação contratuais.

Após anos de cobranças infrutíferas, o Grêmio foi bem-sucedido em ação liminar para bloqueio de R$ 10,5 milhões do dinheiro de Pratto, como mostrou o UOL. Isso ocorreu depois de o Galo oferecer seu clube Labareda com piscinas e área de lazer como penhora, o que foi recusado.

"O terreno foi avaliado em R$ 45 milhões o que é mais do que suficiente. O juiz impugnou alegando que era alienado por outra penhora. Mas essa penhora que era da Receita já foi levantada. E, de qualquer forma, o terreno vale mais", afirmou o diretor jurídico do Atlético-MG, Lasaro Cunha.

Na visão do dirigente, não há porque manter um dinheiro pago em juízo em vez se há um bem para penhora. "Isso não existe entre empresas. Qual a justificativa para manter o dinheiro parado?", afirmou Cunha.

Esse será o argumento do Atlético-MG ao tentar um agravo na segunda instância para cassar a liminar que deu o bloqueio do dinheiro de Pratto. Caso o Galo não derrube no tribunal gaúcho, irá ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Outra estratégia da agremiação mineira é questionar o valor cobrado pelo Grêmio. Logo que o time do Sul entrou com uma ação, o Atlético-MG já ingressou com um pedido de questionamento do valor por conta de Werley, zagueiro que serviu como parte do pagamento. Pelo acordo, o time gremista ficou com 50% do jogador, e o Galo com outros 50%.

A argumentação do clube mineiro é de que, pelo contrato, o Grêmio era obrigado a ter a aprovação atleticana para qualquer empréstimo a outro time. "Ele foi emprestado várias vezes sem anuência", alegou Cunha.

Na avaliação do Galo, com isso, tem que ser arbitrado um valor pelas supostas perdas financeiras atleticanas já que o jogador valia Us$ 2,5 milhões. Neste caso, o time mineiro poderia pedir até Us$ 1,250 milhão, sua parte no atleta, como desconto.

Fato é que a briga entre Grêmio e Atlético-MG pela falta de pagamento pode acabar em um tribunal da CBF para resolução de litígios em transferências. O time gaúcho quer impedir o Galo de negociar atletas. No entendimento atleticano, no entanto, a corte não pode mais atuar porque o caso já está na Justiça comum. O tribunal ainda não se pronunciou sobre o caso.

 

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.