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Rodrigo Mattos

Como Atlético-PR e Coritiba podem ganhar dinheiro com jogo na internet

rodrigomattos

03/03/2017 04h00

A transmissão do clássico entre Atlético-PR e Coritiba na internet atingiu uma audiência de 3,2 milhões e demonstrou potencial de arrecadação para os clubes. A questão é: como os times podem ganhar dinheiro explorando diretamente seus direitos online? Ainda não há uma resposta para isso, mas diversos caminhos possíveis. Os dois times deram um passo ao recusar oferta da Globo pelo Paranaense e assumirem sua transmissão.

Entre as opções, estão criar canais pagos dos times para os torcedores, explorar a possibilidade de patrocínios, realizar acordos com o Facebook e com o YouTube. São ideias que levam em conta modelos do exterior.

"Foi uma primeira experiência para ter um sentimento do mercado. Muito prematuro (para dizer como ganhar dinheiro). Contratamos empresas especializadas em internet para fazer essa avaliação", afirmou o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia.

O dirigente atleticano disse que esperava uma audiência ainda maior, e que gostaria de ter comparado com o jogo do domingo na televisão aberta do Campeonato Paranaense. Já o presidente do Coritiba, Rogério Barcelar, se mostrou surpreso positivamente com a audiência alcançada pela transmissão online. Ele enxerga possibilidade de remuneração dos clubes.

"Fizemos essa primeira para torcida. Não podíamos deixar a torcida sem. Não pensamos em ganhar nada desta vez", contou Barcelar. "Mas poderíamos ganhar com um canal com senha para o sórcio-torcedor", disse, ao dar um exemplo.

Para esta partida, foram feitas parcerias para não ter custos com a produção da transmissão. Uma das parceiras foi a Copel, além de outras empresas que foram apoiadoras. A intenção é repetir a transmissão se os clubes chegarem a uma final do Paranaense.

Analisando o mercado de fora, a NBA tem um canal de streaming para cobrança no mundo, o Campeonato Mexicano será transmitido pelo Facebook. Tanto o YouTube quanto o Facebook costumam se definir apenas como plataformas, e não geradores de conteúdo. Mas é possível montar canais neles.

O uso de canais específicos nestas plataformas pelos clubes pode gerar um contato direto com o torcedor, aumentando a possibilidade de interação e de comercialização de produtos. O consultor Pedro Daniel, da BDO, especialista em gestão esportiva, vê possibilidades de os clubes terem ganhos maiores do que com cotas de televisão com a exploração da internet no futuro.

"Acho que pode ser maior do que cotas. A abrangência é muito maior. Podem fazer produções independentes e parcerias", explicou Pedro Daniel. "O clube está falando diretamente com torcedor, e não se limita apenas ao tempo da televisão. Pode passar as entrevistas coletivas, e tudo que interessar ao clube."

 

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.