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Rodrigo Mattos

Fla usa jogo da Libertadores para se fortalecer na disputa por Maracanã

rodrigomattos

09/03/2017 04h00

Além dos ganhos esportivo e financeiro, o Flamengo tem como estratégia usar a realização do jogo de estreia na Libertadores para fortalecer sua posição na disputa pelo Maracanã. O clube apoia um das empresas concorrentes ao estádio, a GL Events, e se recusa a jogar com a outra Lagardère. E sua diretoria entende essa partida demonstra sua capacidade de atuar na gestão do equipamento.

O Maracanã encontrava-se abandonado durante os meses de dezembro e janeiro, chegando a sofrer roubos e corte de luz. Em fevereiro, o Flamengo fez um acordo com a Odebrecht para investir em reparos no estádio em troca de poder enfrentar o San Lorenzo no local. Foi uma solução já que a Arena da Ilha ainda não estava pronta, além de proporcionar um público maior.

Para isso, o clube investiu pelo menos R$ 2 milhões, inclusive pagando a conta de luz e reparando o gramado. Nenhum outro time ou a Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro) tomou essa iniciativa de investir e assumir responsabilidades no estádio. O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, entende que padrões de "credibilidade e competência" credenciam o clube a qualquer responsabilidade no futebol.

"Com relação à gestão de estádios, não só as medidas adotadas para o jogo de hoje, mas também nosso histórico de administração de partidas em vários estádios pelo país desde 2013 certamente fortalecem nossa pretensão de assumir um papel de protagonista no Maracanã", contou o dirigente.

Pelo acordo feito com a GL Events, o Flamengo cuidaria do Maracanã nos dias de seus jogos. A empresa ficaria com a manutenção do dia a dia do estádio, sendo outras firmas responsáveis por atrair shows. A GL Events, no entanto, não quer investir se for mantido o formato atual da concessão.

Caso fique com o estádio só nos jogos, o Flamengo teria um modelo bem lucrativo. Contra o San Lorenzo, a receita deve girar em torno de R$ 3,6 milhões, a segunda maior renda rubro-negra desde a final da Copa do Brasil-2013. Mas, com o custo da operação da partida, a fatia que sobra para o time cai bastante.

Ainda não há um acordo para que o Flamengo volte a jogar no Maracanã pela Libertadores. Mas o clube não descarta essa possibilidade, ainda mais caso se prolongue o processo de mudança de dono do estádio. E, quanto mais estiver presente e com papel importante nesta transição, a diretoria entende que aumentam suas chances de ser protagonista no estádio no longo prazo.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.