Delator diz que discutiu CIDs da Arena Corinthians com deputado e lhe pagou
Em delação na operação Lava-Jato, o ex-executivo da Odebrecht Alencar Alexandrino afirmou ter discutido os CIDs (títulos de incentivo da prefeitura) para a Arena Corinthians com o deputado Vicente Cândido (PT-SP), que é diretor da CBF. Após essa aproximação, ele afirmou que contribuiu com dinheiro de R$ 50 mil de Caixa 2 para campanha eleitoral do deputado de 2010.
O vídeo do depoimento de Alencar Alexandrino, um dos articuladores do estádio corintiano na Odebrecht, está no site de "O Estado de São Paulo." Por conta dessa delação, o ministro do STF, Edson Fachin, determinou a abertura de inquérito contra o deputado.
Alexnadrino explicou que decidiu se aproximar de Cândido por conta da Arena Corinthians e a realização da abertura da Copa-2014. Citou o fato de o parlamentar ter envolvimento com futebol e ser próximo ao presidente da CBF, Marco Polo Del Nero. Mais, Cândido é diretor de assuntos internacionais da confederação. Veja no trecho abaixo:
"Mas daí em 2010, com o advento da Arena Corinthians, me aproximei dele porque Vicente Cándido sempre foi muito ligado a questões do futebol (…) Se não me equivoco, sei que é advogado, tem uma proximidade do presidente da CBF Marco Del Nero, Marco Polo Del Nero. Fui me aproximando dele na construção e no financiamento da Arena Corinthians. Tanto é que no financiamento da arena temos uma parte expressiva ligada à prefeitura. Começamos a ver como poderíamos elaborar isso de forma consequente, nas próprias CID. Foi uma aproximação com ele."
Em seguida, Alexandrino conta que Cândido o procurou para pedir uma doação eleitoral para a campanha: "Em 2010, por volta de setembro, ele me procurou e me solicitou, em encontro em SP, para que pudesse contribuir na campanha dele fazendo doações. Eu evoluiu isso internamente dentro do contexto das delações. Falei com o meu líder Benedicto Junior. Decidimos ajudá-lo dentro da nossa faixa para deputado federal."
Em seguida, completou como ocorreu a negociação na sede da Odebrecht, onde há registro da entrada do deputado, segundo o delator: "Como essa época nós ainda limitávamos o teto para doações legais, optamos por doações via Caixa 2. Ele concordou. Que me recordo que demos a quantidade de R$ 50 mil por Caixa 2."
Alexnadrino afirmou que não fez um pedido específico a Vicente Cândido pela doação ilegal. "Houve uma aproximação mútua por ele ser uma pessoa ligada a futebol, e pela arena Corinthians, questão da abertura da Copa do Mundo em São Paulo, todos esses desenvolvimentos."
O deputado Vicente Cândido não foi encontrado para comentar a delação. A CBF ainda não se pronunciou sobre o assunto.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.