Rodrigo Caio mostra caráter raro nos campos brasileiros
Era primeiro tempo de São Paulo e Corinthians quando Jô foi pressionar a saída do goleiro Rena Ribeiro, protegido por Rodrigo Caio. O atacante corintiano não cometeu falta, mas o são-paulino foi atingido e caiu. De forma equivocada, o árbitro Luis Flávio Oliveira deu cartão amarelo a Jô.
Foi a vez de Rodrigo Caio se dirigir ao juiz e avisar que ele atingira seu próprio goleiro. Avisado, o árbitro anulou o amarelo que tiraria Jô da segunda partida da semifinal entre os times. O são-paulino abriu mão de uma vantagem em prol da falar a verdade.
Não é comum no futebol brasileiro, reflexo de uma sociedade em que levar vantagem é um hábito arraigado entre nós. Só em 2017 podemos lembrar de Keno apontando Gabriel de forma equivocada para que ele levasse um cartão injusto no Corinthians e Palmeiras. Ou recordar de Nenê pedindo pênalti em bola que bateu na barriga de Renê, no Flamengo e Vasco.
Estão longe de ser exceções em um ambiente em que os jogadores brasileiros constantemente simulam faltas inexistentes, gritam com o juiz para pressionar por marcações e até exageram agressões para pedir a expulsão de rivais. Parece que isso se aprendem na escolhinhas de futebol nacional. Na verdade, é ensinado por um meio social de moral distorcido, esse aí que vimos exposto nesta última semana na política.
Esse tipo de comportamento dos jogadores é nocivo em vários aspectos: dá a ideia ao cidadão de que vale tudo para seu time vencer, induz o árbitro a diversos erros que podem ser decisivos e cria um cenário no jogo em que a bola tem menos importância do que o mimimi.
Existe atitude similar em campeonatos europeus? Sim, há simulações e alguma pressão ao juiz. Mas em um nível bem menor do que o que ocorreu no Brasil. Isso se estende a fora do campo onde qualquer erro de árbitro – e são muitos no país admitamos – leva a questionamentos destemperados de dirigentes.
Ao final do jogo, questionado sobre sua atitude, Rodrigo Caio foi sucinto: "Fiz nada, fiz só o que tinha que fazer". O país seria bem melhor se as pessoas simplesmente fizessem o que têm que fazer. Que o seu exemplo sirva ao menos para o futebol.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.