Na Justiça, Teixeira é acusado de receber R$ 122 mi em propina na CBF
Com o novo escândalo na Justiça Espanhola, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira já é acusado de receber pelo menos R$ 122,6 milhões em propinas durante sua gestão na confederação e por cargos na Fifa. Esse é apenas o valor apontado em casos em três esferas judiciais, na Espanha, na Suíça e nos EUA. Há outros pagamentos e esquemas suspeitos que não entraram nesta conta porque não há processo ou investigação em curso.
A acusação mais recente contra o cartola que foi o mais poderosos do futebol brasileiro é relacionada a venda de amistosos da seleção brasileira. A Procuradoria da Espanha aponta que ele mantinha um esquema com o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell para receber pagamentos por fora por amistosos do time brasileiro.
Em 2006, a CBF assinou um contrato com a empresa ISE (International Sports Events), com sede nas Ilhas Cayman, para vender todos os direitos sobre 24 amistosos da seleção brasileira. Pelo documento do MP Espanhol, foram assinados acordos paralelos que davam 8,4 milões de euros (R$ 30,9 milhões) para Teixeira, fora o dinheiro de Sandro Rosell.
É importante lembrar que o presidente da CBF renovou o contrato até 2022 pouco antes de sair da entidade. E logo depois Rosell fez depósito de R$ 13 milhões em favor do dirigente. Mas esse dinheiro não entra na conta do blog porque não haver processo que aponte que é propina. Há, sim, um inquérito na Polícia Federal para verificar a movimentação financeira do cartola.
Antes do caso dos amistosos da seleção, Teixeira foi indiciado no processo do Fifa Gate, nos EUA. O documento da Justiça norte-americana aponta o envolvimento dele em três casos de suborno, pelo contrato da Copa do Brasil, pela Copa América e pelo contrato da CBF e Nike, assinado em 1996.
A procuradoria dos EUA apontou que, em relação a esse contrato com a Nike, foi paga uma comissão por fora para a Traffic de US$ 30 milhões. Em delação feita à Justiça, José Hawilla, dono da Traffic, afirmou que metade desse dinheiro foi dado para Ricardo Teixeira. Ou seja, ele teria ficado com R$ 49 milhões em valores de hoje. (nem foi levada em conta a inflação).
Não é possível avaliar quanto Teixeira teria recebido por contratos relacionados à Copa do Brasil segundo a acusação. São mecionados pagamentos de R$ 2 milhões, mas para serem divididos com outros cartolas.
Outro escândalo em que se envolveu Teixeira foi o caso ISL, empresa parceira da Fifa que pagava suborno para dirigentes. Documentos da Justiça Suíça, que foram revelados pela Fifa, apontaram que o dirigente brasileiro recebeu US$ 13 milhões (R$ 42,7 milhões) em pagamentos ilegais por este esquema. Os valores foram calculados segundo o câmbio do final do dia de quinta-feira. Por isso, somam R$ 122 milhões.
Essas são as acusações formais, na Justiça, contra Teixeiras. Três CPIs nos Congressos, matérias investigativas e um processo judicial relacionado ao amistoso Brasil x Portal têm indícios de outros pagamentos relacionados à CBF e à seleção brasileira recebidos por ele. São impossíveis de calcular com precisão. Em todos os casos citados, a Justiça aponta como lesados a Fifa e a CBF. Até hoje a confederação nada fez para tentar recuperar recursos.
Advogados de Ricardo Teixeira ainda não analisaram as novas acusações na Justiça na Espanha. O dirigente cogita se defender na Justiça dos EUA, e negou ter recebido propinas pelos contratos da Copa do Brasil. Não comentou o caso Nike. Na Justiça da Suíça, o cartola confessou que recebeu dinheiro da ISL e fez um acordo para devolver parte do dinheiro.
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