Chape vê liderança inesperada e mira se manter em elite sul-americana
Logo após a queda do avião da Chapecoense, dirigentes de clubes articularam-se para criar regra para evitar o rebaixamento da Chapecoense. Seis meses depois, o time está na liderança do Brasileiro – é verdade que após apenas quatro rodadas. A diretoria do time catarinense não se ilude com o desempenho e vê a posição como fora do padrão do que esperava o clube neste mome.
"Não é normal. Dentro do que foi planejado, não podemos dizer que esperávamos isso. O que tinha era um projeto para não cair. O que aconteceu interrompeu um trabalho de crescimento", afirmou o diretor de futebol da Chape, Rui Costa, em entrevista dada após a terceira rodada quando o time assumiu a ponta do Nacional.
Apesar do discurso oficial, o clube tem ambição bem maior do que apenas se livrar do rebaixamento neste ano. O objetivo estipulado dentro da Chape é conseguir uma vaga na Libertadores para se manter na elite do cotinente. O plano da Chapecoense foi traçado ainda na montagem do elenco quando foram estabelecidas metas de premiação para os jogadores recém-chegadas. Há etapas a serem atingidas como em outros clubes.
A diretoria do time catarinense colocou a volta à Libertadores como meta porque nem é tão fácil que mantenha o time desmotivado, nem tão difícil que não possa ser alcançada. A crença de que a vaga sul-americana é possível baseia-se mais no desempenho no ano inteiro, do que apenas na liderança do Brasileiro.
"Sabemos que o campeonato catarinense não é parâmetro para o Brasileiro. Mas chegamos a ter desempenho de 96% dos pontos para poder classificar à final", contou Rui Costa. "Pegamos o grupo mais difícil da Libertadores e passamos pela pontuação, apesar dessa questão jurídica."
A montagem do elenco levou em conta a necessidade de muitos jogadores para várias competições e jogadores que tivessem as características do clube. Por isso, são entre 30 e 35 jogadores no grupo catarinense, inclusive três laterais-direitos.
"Quando fizemos uma reunião com o Mancini lá atrás, vimos que tinha que ter jogadores de defesa fortes por cima, e atletas com velocidade na transição. Essas eram as característica que queríamos. Primeiro era perfil de força e velocidade. Depois, o Mancini foi aprimorando o modelo de jogo e botando outros elementos", analisou o diretor da Chape.
A tese de Rui Costa é de que o time catarinense se formou sem ser protagonista, atuando contra times que tinham mais posse de bola. Agora, aos poucos, a Chape pode se atuar como protagonista, com mais posse de bola e desenvolvendo jogo para tentar vencer. As oscilações no Brasileiro são esperadas pela diretoria catarinense: a questão é que elas ocorram em um padrão superior ao anterior.
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