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Rodrigo Mattos

Brasil deve temer a Argentina, mas times ainda têm boa diferença

rodrigomattos

11/06/2017 04h00

O placar do amistoso entre Brasil e Argentina não refletiu o que foi o jogo, nem de longe significa que os times estão próximos. Ainda há uma diferença considerável entre os dois times. Mas a tendência é que, com mais jogos de Jorge Sampaoli, a equipe argentina cresça e se torne um adversário temível para a seleção na Copa-2018.

O jogo na Austrália não serve de parâmetro entre os times porque o Brasil estava muito desfalcado sem até sete titulares. Todo o sistema defensivo e Neymar não estavam em campo, deixando a formação muito diferente daquela que passeou sobre a Argentina nas eliminatórias.

Mesmo assim, o time brasileiro criou chances e poderia até ter feito o gol com Gabriel Jesus no segundo tempo, em boas triangulações com Philippe Coutinho e William. Pode-se dizer que o confronto foi equilibrado.

E isso, sim, revela uma evolução da Argentina. Não há mais aquela zona da época de Edgardo Bauza que deixa o time com vários espaços, sem fechar buracos na defesa, nem atacar em bloco na frente.

Com Sampaoli, a Argentina atuou com cinco jogadores de qualidade, Banega, Di Maria, Messi, Dybala e Higuaín. Ainda assim, não era uma equipe exposta. Marcava na saída de bola do Brasil em certos momentos, e sabia se fechar quando era necessário. Um esboço do que costumam fazer os times de Sampaoli como o Chile que atacava e defendia em bloco, com zagueiros bem avançados e a busca incessante pela bola em qualquer setor do campo.

Até a Copa, o técnico argentino tem um ano para acertar seu time. É mais tempo do que Tite demorou para arrumar o Brasil que já estava em boa forma no final de 2016. Sampaoli, no entanto, tem uma desvantagem, menos jogos de eliminatórias do que o treinador rival.

Analisando-se os potenciais dos dois times para a Rússia-2018, caso os argentinos garantam a classificação, a seleção ainda parece com vantagem. Tem vantagem de ter iniciado o trabalho um ano antes. Na linha de frente, os dois times se igualam em talento, talvez com vantagem de Messi sobre Neymar como figura mais importante do time.

Mas, no setor de defesa, o Brasil tem jogadores mais fortes. Os laterais brasileiros Daniel Alves e Marcelo são os melhores do mundo, e há boa variedade de opção de zagueiros. Na Argentina, já rodaram jogadores atrás sem se achar titulares firmes. A vantagem brasileira, portanto, permanece, mas seu rival deixou de ser uma carta fora do baralho.

Sobre o Autor

Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, Rodrigo Mattos estudou jornalismo na UFRJ e Iniciou a carreira na sucursal carioca de “O Estado de S. Paulo” em 1999, já como repórter de Esporte. De lá, foi em 2001 para o diário Lance!, onde atuou como repórter e editor da coluna De Prima. Mudou-se para São Paulo para trabalhar na Folha de S. Paulo, de 2005 a 2012, ano em que se transferiu para o UOL. Juntamente com equipe da Folha, ganhou o Grande Prêmio Esso de Jornalismo 2012 e o Prêmio Embratel de Reportagem Esportiva 2012. Cobriu quatro Copas do Mundo e duas Olimpíadas.

Sobre o Blog

O objetivo desse blog é buscar informações exclusivas sobre clubes de futebol, Copa do Mundo e Olimpíada. Assim, pretende-se traçar um painel para além da história oficial de como é dirigido o esporte no Brasil e no mundo. Também se procurará trazer a esse espaço um olhar peculiar sobre personagens esportivas nacionais.