Denúncia dos EUA só contra Marin não livra Del Nero de risco de prisão
A Procuradoria dos EUA decidiu separar os cartolas acusados no processo do "Fifagate", escândalo de desvio de dinheiro do futebol. Foi feita uma nova denúncia contra o ex-presidente da CBF José Maria Marin e dois outros dirigentes, retirando os outros réus desse processo inicial. Mas os procuradores ressaltaram que os casos do presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, e do ex-presidente Ricardo Teixeira continuam pendentes e serão levados adiante se eles aparecerem no país.
A reformulação da acusação do Departamento do Estado ocorreu para simplificar o julgamento no caso Fifagate. Só ficaram os três dirigentes que alegam inocência e serão julgados: Marin, o ex-presidente da Conmebol Juan Angel Napout e o ex-presidente da federação peruana Manuel Burga.
Esses três ex-cartolas respondem às acusações de máfia (Rico), fraude eletrônica e lavagem de dinheiro. Isso por supostamente terem recebido propina para conceder contratos da Copa América e da Libertadores, além da Copa do Brasil no caso de Marin. Serão julgados em 6 de novembro deste ano na corte de Nova York.
Outros 28 dirigentes são listados na acusação, mas não serão julgados. A maioria deles confessou crimes dos quais eram acusados. Portanto, o juiz vai dar uma sentença para cada um dos réus em lista que inclui o ex-executivo da Traffic José Hawila, e José Margulies, da Somerton, ambos brasileiros, além de ex-dirigentes de federações nacionais. Eles também já pagaram multas e fianças.
São listados ainda os dirigentes e ex-cartolas que são acusados de corrupção, mas não se apresentaram para responder o processo nos EUA, nem foram detidos. São os casos de Del Nero (seis citações) e Teixeira (28 citações). Mas eles não estão mais denunciados nesta ação. Detalhe: Del Nero é o único entre todos os acusados que continua no poder no futebol.
Em carta à Justiça, a procuradora Bridget Rohde explicou a separação. "S-2 (Denúncia número 2) remove os acusados que confessaram culpa e efetivamente separa aqueles acusados que até agora não foram trazidos à jurisdição da corte por prisão ou extradição de país estrangeiro. Importante, S-1 (primeira acusação que incluía Del Nero e Teixeira) se mantém um instrumento de acusação operativo para os acusados que não apareceram no caso, e as acusações no S-1 contra esses acusados permanecem pendentes."
Em resumo, se Del Nero for aos EUA ou a um país que tenha acordo com os norte-americanos, deve ser detido e levado para responder a processo em separado do que ocorre com Marin. O mesmo ocorreria com Ricardo Teixeira. Eles são acusados de receber propina por contratos da Copa América e Copa do Brasil. No caso de Teixeira, isso também vale para o contrato da Nike.
A defesa de Marin já pretendia a separação do processo de seu cliente, assim como pretendia retirar a acusação de máfia. Na visão dos advogados do ex-presidente da CBF, a reformulação de denúncia contra ele não afeta o andamento do seu processo e facilita sua defesa. Oficialmente, advogados não se pronunciaram.
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