Com Copa, CBF tem quebra-cabeça para calendário 2018 e Nacional terá perda
A CBF tenta montar um verdadeiro quebra-cabeça para viabilizar o calendário 2018 com a Copa da Rússia, em meio a um novo cenário com Libertadores e Copa do Brasil anuais. Federações pressionam para não perder datas de Estaduais, jogadores poderão ter férias divididas e haverá prejuízo certo para o Brasileiro com perda de jogadores no período pre-Mundial.
Para a temporada 2017, a confederação lançou o cronograma de jogos em 6 de julho, alterando o no final do ano após a Conmebol decidir por transformar a Libertadores em anual. Desta vez, cartolas já foram perguntar para a entidade sobre o documento, mas ainda não há sinal de que vá sair em breve.
Explica-se: o calendário atual teve 111 datas de competições somadas, sendo algumas coincidentes como Copa do Brasil, Sul-Americana e Libertadores. Dessas, há 38 datas do Brasileiro, e 18 para o Estadual que já ocupam todos os finais de semana.
Com a Copa-2018, não poderá haver jogos entre 14 de junho e 15 de julho. Haverá uma perda de dez datas. Se fosse respeitada o período exclusivo de preparação para a Copa, poderia haver perda de mais 15 a 20 dias, se a Fifa estabelecer descanso aos atletas.
O blog apurou que a CBF não vai paralisar o Brasileiro durante o período de preparação do Mundial, assim como fez na Copa-2014. O entendimento na confederação é de que isso é inviável. Assim, os clubes que tiverem jogadores convocados voltarão a perde-los neste período.
Mas isso é insuficiente para compesar todas as datas perdidas. Uma opção é reduzir a pre-temporada e dividir as férias dos jogadores, colocando uma parte do período no meio do Mundial como feito em 2014. "Ainda não nos procuraram. A Lei Pelé não fala em período, mas há férias coletivas. Na alteração proposta na lei, querem fracionar as férias e somos contra. Não vou ser irresponsável de dizer que não aceitamos porque teria de consultar os jogadores do que eles querem", afirmou o presidente da Fenapaf, Felipe Augusto Leite.
De outro lado, a CBF poderia reduzir os Estaduais para encaixar o calendário. Mas o problema é que competições como o Paulista e o Carioca têm contratos com a Globo para um mínimo de datas, o que geraria perda de valor. Além disso, há o desgaste político do presidente da confederação, Marco Polo Del Nero, de mexer com as competições de seus principais aliados. As federações já perguntam à confederação sobre o calendário.
A redução dos Estaduais, no momento, parece bem improvável. Uma tendência é o início desses campeonatos voltar a ocorrer em janeiro, comprometendo a pré-temporada. Não há martelo batido sobre o assunto.
Uma outra questão são as paralisações de campeonatos como Copa do Brasil e Libertadores, que terão volta depois do Mundial agora que são anuais. A Conmebol já fez mudanças na edição atual para abrir maior troca de jogadores por conta do efeito da janela de transferência. Agora, a competição terá de ficar parada por pelo menos um mês, ou um mês e meio se a Conmebol se respeitar
Há ainda questões sobre o encaixe das Copas Nordeste, Verde e da Primeira Liga. Essa última pode virar competição de pré-temporada, mas o contrato com a Globo torna complicada a sua extinção. Já o Nordestão está garantido com 12 datas por contrato com o Esporte Interativo.
Todos esses elementos serão levados em conta pela CBF em um calendário que promete ser mais complicado até do que o da Copa-2014 que foi no país. A confederação não informou quando sairá o documento.
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